São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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SP quer vender setor elétrico por US$ 9 bi

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje será dado o pontapé inicial para a privatização do sistema energético do Estado de São Paulo, com a publicação do edital para a contratação de serviços de consultoria de avaliação, reestruturação e modelagem das vendas da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e Eletropaulo (Eletricidade de São Paulo).
O governo paulista espera arrecadar cerca de US$ 9 bilhões com a privatização do setor. A expectativa é realizar o primeiro leilão do processo de privatização das empresas em julho de 1997.
"Isso representa a venda de duas Vales do Rio Doce, em termos de receita do poder público, descontada a participação de acionistas particulares", disse André Franco Montoro Filho, secretário de Planejamento do Estado.
A expectativa de arrecadação com a venda das três estatais, disse Montoro, é baseada na experiência recente com a privatização das empresas elétricas Escelsa e Light, quando o resultado final para o governo ficou entre 70% e 80% do patrimônio líquido das empresas.
O patrimônio líquido das energéticas de São Paulo é de US$ 20 bilhões. O governo do Estado de São Paulo é proprietário de 60% das empresas. Isso significa que pode obter cerca de US$ 9 bilhões com a privatização.
O secretário de Energia, David Zylbersztajn, disse que o Estado pode abrir mão de um valor maior de venda das estatais se achar que algum tipo de forma de venda proposto pelas consultorias será prejudicial ao consumidor.
Edital
Após a divulgação do edital, as empresas de consultoria interessadas terão que apresentar suas propostas até 10 de janeiro de 97. O governo de São Paulo indicará as vencedoras até o final de janeiro.
As empresas de consultoria escolhidas, duas para cada estatal, terão de 90 a 120 dias para concluir os serviços, e o primeiro leilão será realizado 60 dias depois, provavelmente em julho do ano que vem, explicou Montoro Filho.
As duas consultorias contratadas para cada empresa realizarão dois tipos de serviços, seguindo a fórmula das privatizações federais conduzidas pelo BNDES.
São eles, o serviço A, que é avaliação e reorganização jurídica e estrutural das empresas, e o serviço B, para a modelagem da venda.
As energéticas poderão ser divididas em até 15 subsidiárias menores, ficando cada uma com áreas específicas de distribuição, geração e transmissão.

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