São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Crise mundial de 29 pode ser comparada com a atual

AUGUSTO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um assunto de história com grande probabilidade de cair no vestibular da Fuvest é a crise mundial de 1929.
Causada por uma superprodução e um subconsumo, gerados pela utilização de uma tecnologia poupadora de mão-de-obra, a crise teve início nos EUA.
Como o país já era o centro econômico e financeiro mundial, a crise irradiou para outros países. Afetou a indústria e a agricultura (veja quadro).
"As consequências foram muitas falências , desemprego em massa e convulsões político-sociais", explica William de Oliveira, professor de história geral do cursinho Universitário.
Segundo ele, houve ocupações de fábricas e greves gerais: "Esse quadro gerou reações das forças conservadoras frente aos movimentos populares, o que desembocou no fascismo".
A crise começou a ser debelada em 1933 quando F. D. Roosevelt assumiu a presidência dos EUA. Contrariando os princípios clássicos da economia (lei da oferta e da procura), Roosevelt pregou o intervencionismo do Estado.
Era o chamado New Deal (novo acordo) que proporcionou empréstimos governamentais à indústria e à agricultura e construção de obras públicas.
"Algo semelhante foi praticado por Hitler, na Alemanha, e por Getúlio Vargas no Brasil", diz o professor William.
Para ele, a prova da Fuvest pode pedir para o aluno comparar a crise de 1929 com a atual (iniciada nos anos 70).
As causas são as mesmas. Porém, a tecnologia, enquanto poupadora de mão-de-obra, teve mais impacto a partir do início da década de 70.
"A crise atual tem proporções muito maiores. Há cerca de 40 milhões de desempregados nos países mais industrializados. Mas hoje não há convulsões político-sociais como em 29."
Outra diferença é que atualmente os países apostam no liberalismo econômico, que defende as leis do mercado.
Segundo William, o neoliberalismo implica a desregulamentação do mercado de trabalho e a redução de direitos trabalhistas.
(AP)

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