| São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996 |
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Moradores pedem desativação para evitar novos acidentes
DA REPORTAGEM LOCAL Moradores da zona sul de São Paulo querem a desativação do aeroporto de Congonhas para evitar novos acidentes.A presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Moema, Lygia Horta, afirma que há quase dez anos a associação briga pelo fechamento do aeroporto. "O poder público permitiu que centenas de prédios e residências fossem instaladas ao redor do aeroporto. Com isso, não há mais condições para que ele continue funcionando", declara. Segundo ela, "os aviões passam tão perto dos edifícios que, em alguns lugares da região, é possível enxergar o piloto". O engenheiro Huitt Yardley Podolski, que mora no Itaim, diz que um acidente era previsível. "Por duas vezes já observei aviões, com evidentes problemas, tendo de desviar de edifícios de 15 andares para não bater", diz. "Há muito tempo, já alertamos as autoridades de que uma tragédia assim poderia acontecer. Agora, quem sabe, eles vão tomar alguma atitude." Novos acidentes A dona de casa Neide Inou dos Santos, 56, também quer o fim do aeroporto. "Se não fizerem nada, outros acidentes vão acontecer", afirma. Para o publicitário Eduardo Riedel, "é um contra-senso existir um aeroporto numa região com cerca de 500 mil habitantes". "Deveriam, pelo menos, diminuir o número de vôos. Assim, cairia o risco de acidente." Hoje, segundo a Infraero, ocorrem 455 viagens aéreas por dia, entre pousos e decolagens. "Minha filha de 2 meses estremece sempre que passa um avião", diz a analista de sistemas Mônica Padilla Oliveira, 37. "Os aviões passam muito perto e ela assusta com o barulho." Para ela, a única solução é o fechamento do aeroporto. Sobrecarga A decoradora Vera Constantini Rea, 50, disse que o aeroporto está sobrecarregado. "Fiz, recentemente, uma viagem em que o avião demorou quase 30 minutos para pousar de tão grande que era a fila no espaço aéreo", conta. A assessoria de imprensa da Infraero informou que seria impossível comentar ontem sobre o interesse dos moradores em desativar o aeroporto. Texto Anterior: Família espera indenização da TAM há mais de seis anos Próximo Texto: 1994; 1995; 1996 Índice |
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