São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Polícia encontra 3,9 kg de cocaína

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia encontrou 3,948 kg de cocaína dentro da fuselagem do Fokker-100 da TAM que caiu ontem no Jabaquara.
A droga foi encontrada junto ao trem de pouso da aeronave, próximo à cabine, que havia caído sobre uma das casas da rua Luis Carlos Orsini de Castro.
A cocaína estava condicionada em seis ou sete tijolos e foi encontrada junto a uma caixa com medicamentos e alguns documentos.
O delegado titular do 35º Distrito Policial, do Jabaquara, Romeu Tuma Júnior, que comanda as investigações sobre o acidente, descartou no início a possibilidade de que o material encontrado fosse realmente cocaína.
"Trata-se somente da caixa obrigatória de medicamentos do avião", afirmou.
Mais tarde, Tuma Júnior confirmou a presença de cocaína no avião. "Tudo indica que a droga não era da casa. Muito provavelmente ia no avião. Com certeza é tráfico", disse.
Um exame realizado pelo departamento de toxicologia do IML, divulgado no início da tarde, confirmou que a substância encontrada era realmente cocaína em pó.
O delegado chefe do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil), Roberto Pacheco, também confirmou a hipótese de tráfico.
"Só não posso afirmar com certeza se a cocaína pertencia a algum passageiro ou a algum dos tripulantes do avião", disse.
Denarc
O delegado Marco Antônio Novaes, diretor da divisão de investigações do Denarc (Departamento Estadual de Investigação sobre o Uso de Narcóticos), vê duas explicações para a cocaína encontrada no lugar do acidente com o Fokker da TAM não ter sido destruída.
"O fato de a droga não ter queimado pode ser um indício de que ela não estava no avião. A não ser que, com o impacto, tenha sido jogada fora", disse.
A cocaína, disse Novaes, normalmente é embalada em fita plástica, material altamente combustível. A droga, em contato com o fogo, derrete automaticamente -a substância sólida queima e a líquida escorre, afirma o delegado.
Apesar de considerar que, "pelo que se sabe", não há como afirmar que a cocaína estivesse dentro da aeronave, Novaes diz que a divisão de inteligência do Denarc investiga a lista de passageiros do vôo, para saber se algum tinha antecedentes de porte e/ou uso de drogas.

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