São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996 |
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TRADUÇÃO DE PESSOA Cuando me paro a contemplar mi 'stado y a ver los pasos por dó me han traído, hallo, según por do anduve perdido,/ que a mayor mal pudiera haber llegado; mas cuando del camino 'stó olvidado,/ a tanto mal no sé por dó he venido; sé que me acabo, y más he yo sentido/ ver acabar comigo mi cuidado. Yo acabaré, que me entregué sin arte a quien sabrá perderme y acabarme si quisiere, y aún sabrá querello; que pues mi voluntad puede matarme, la suya, que no es tanto de mi parte, pudiendo, qué hará sino hacello? Quando a pensar me quedo em meu estado E a ver os passos por que me há trazido, Acho, vendo por onde andei perdido,/ Que a maior mal podia ter chegado; E, visto que o caminho hei olvidado,/ Mal sei como a este mal fui conduzido; Sei que morro, e que mais inda hei sentido/ Ver acabar comigo o meu cuidado. Acabarei, pois me entreguei sem arte A quem pode perder-me e acabar-me Se ela quiser, e saberá querê-lo; Pois, visto que meu querer pode matar-me O seu, que não é tanto em minha parte, Podendo, que fará senão fazê-lo? "Soneto", de Gracilaso de la Vega Texto Anterior: Portugal descobre o Pessoa tradutor Próximo Texto: Carlos Gomes é celebrado em Minas Gerais e na Inglaterra Índice |
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