São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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"Quem Matou" estréia com 53 cópias

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Paraíbano radicado no Rio, bacharel em direito, José Joffily foi fotógrafo e jornalista antes de se dedicar ao cinema. Fez cinco curtas, entre 1977 e 1981, antes de estrear na direção de longas com a comédia de costumes "Urubus e Papagaios" (1985).
Sete anos se passaram antes de dirigir o segundo longa, "A Maldição de Sanpaku", realizado na raça em plena crise pós-Embrafilme. Hábil produtor e conceituado roteirista, Joffily é parceiro constante de Sérgio Rezende ("O Homem da Capa Preta").
"Quem Matou Pixote?", com os sete prêmios em Gramado-96 (melhor filme para júri e público, atriz, ator, roteiro, montagem e fotografia), confirma-o entre os principais cineastas brasileiros. Em Belo Horizonte, vindo da abertura do Festival de Brasília, Joffily falou por telefone à Folha sobre a estréia comercial de seu filme.
*
Folha - Como será o lançamento?
José Joffily - É um lançamento nacional, com 53 cópias. Só algumas capitais do Nordeste vão esperar um pouco pelo remanejamento de cópias que estréiam no Sul.
Folha - Você mudou o filme após a vitória em Gramado?
Joffily - Não, não mudei. Finalizei o filme fora do Brasil, seria uma mão de obra infernal mexer.
Folha - O Babenco viu o filme?
Joffily - Não sei. Houve o episódio da indicação brasileira para o Oscar, da qual ele foi jurado. Mandamos uma fita pela Funarte e eles me informaram que mandaram a cópia para os jurados. Mas a Secretaria do Audiovisual mandou um fax pedindo que o filme fosse desconsiderado, pois teria sido encaminhado fora do tempo hábil. Mas acabei não falando com ele, com as coisas de viajar para festivais.
Folha - Como você chegou à Luciana Rigueira para o papel de Cida, mulher do Fernando?
Joffily - Fizemos um teste com 150 pessoas no Rio e cem em São Paulo. O (Roberto) Bomtempo nos ajudou, pois ele tinha trabalhado muito com adolescente.
Ele convocou gente com experiência de teatro. Foi a vigésima testada. Depois do teste, tínhamos certeza de que ela faria a personagem. Foi uma unanimidade. Mas tínhamos ainda 120 testes para fazer (risos).
Folha - Para quais festivais o filme foi convidado?
Joffily - O filme foi para Montreal, Biarritz, American Film Institute e Trieste. Foi convidado para Huelva, Havana, Nantes e Mar del Plata. Estou louco para ir a Havana, ver esta coisa do entusiasmo, da vontade de ver o filme, das salas de Cuba.
Folha - O que vem agora?
Joffily - Estou preparando um roteiro com o Paulo Halm. É uma história fechada dentro da imigração americana em Miami. É a deportação de um brasileiro que morava lá. Não era um clandestino, tinha casado com uma americana, mas a imigração acha que é um casamento falso. É a história de um brasileiro chamado José.

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