São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Escola fecha após ataque a professores

LUCIA MARTINS
DE LONDRES

Agressões de um grupo de alunos contra dois professores provocaram ontem o fechamento de uma escola na cidade de Halifax, norte da Inglaterra.
O ataque ocorreu na manhã de ontem, quando os dois -cujos nomes não foram divulgados- chegavam à escola. Um grupo de alunos os teria cercado, molestado sexualmente uma professora de francês e ferido outro professor, arremessando livros sobre ele.
A Riding School vive uma espécie de rebelião interna desde o início do mês passado. Ontem, os professores aprovaram uma greve até que "se sintam seguros".
"Não havia condições de a escola continuar aberta", disse Nigel de Gruchy, presidente da associação de diretores de escolas.
Ian Jennings, diretor da Calderdale Education Officials, a autoridade local de educação, foi chamado à escola e decidiu fechá-la.
A polícia também foi chamada para retirar grupos de alunos que se recusavam a ir embora e cercavam a escola. Os policiais não quiseram dar informações sobre as agressões dos professores.
Expulsão
Os professores exigem a expulsão imediata de 12 alunos. Desde o início da semana, uma equipe do Ministério da Educação está inspecionando a escola.
A primeira ameaça de greve foi feita há duas semanas, após a diretora Karen Stansfield, 43, pedir demissão. Na época, os professores exigiram a expulsão de 60 alunos, mas não tiveram sucesso.
Os professores afirmam que os alunos fumam durante a aula, disparam o alarme de incêndio e espalham urina pelo colégio.
A Riding School é uma escola pública com 600 crianças e reúne alunos com algumas das piores performances do Reino Unido.
No ano passado, apenas 1% dos alunos obtiveram a nota mínima nos exames. No primeiro semestre deste ano, o índice subiu para 7% -em uma escola particular, o índice é de 80%.
Volta da palmatória
A crise de disciplina nas escolas domina o noticiário e as discussões da semana no Reino Unido.
Na semana passada, a rainha Elizabeth 2ª anunciou um projeto para aumentar o poder dos professores e aumentar a disciplina.
Os detalhes do programa não são conhecidos, mas na última terça a ministra da Educação, Gillian Shepard, afirmou que "punição corporal" poderia ser útil para acabar com a indisciplina.
Horas depois ela foi repreendida publicamente pelo primeiro-ministro John Major.

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