São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Arma fundamental; Melhor dos mundos; Resposta imediata; Terceira idade; Rumo provável; Já entendeu; Falta coragem; Não foi contestado; Saindo do forno; Governo de fora; Aval externo; Sem problemas; Troco garantido; Fingindo-se de morto; Na última hora; Furacão tucano

Arma fundamental
Na guerra da reeleição, Luís Eduardo Magalhães usará o regimento para separar as votações. Assegura-se o princípio no texto permanente da Constituição. Deixam-se eventuais restrições para as disposições transitórias.

Melhor dos mundos
Para o Planalto, a vantagem de separar a votação é que, assegurada a reeleição no texto permanente, caberia depois à oposição reunir os 308 votos necessários para fazer valer a reeleição só a partir do sucessor de FHC.

Resposta imediata
Para contornar a estratégia governista, a oposição vai tentar, por meio de destaques, colocar no texto permanente que a reeleição só valha em 2002. Para impedir, o governo é que terá que caçar 308 votos contrários.

Terceira idade
Maluf alega razões matemáticas para ser contra a reeleição. Em 2002, quando acabaria o segundo mandato de FHC, ele estaria com 71 anos e cuidando dos netos, segundo uma conta que tem repetido aos amigos.

Rumo provável
FHC está convencido de que a composição possível (não a melhor) para as Casas do Congresso é PFL no Senado (ACM) e PMDB na Câmara (Michel Temer ou Luiz Carlos Santos).

Já entendeu
Se der ACM e Luiz Carlos Santos no Senado e na Câmara, FHC verá Maluf se fortalecer. Há tucanos que o aconselham a apoiar Michel Temer e melar, no bastidor, a candidatura do senador.

Falta coragem
Serjão, Marco Maciel e Jorge Bornhausen poderiam fazer uma aliança para tentar diminuir a influência do triunvirato ACM-Luiz Carlos Santos-Maluf no jogo da reeleição.

Não foi contestado
Na semana passada, foi relembrada em um gabinete brasiliense a seguinte ameaça de ACM, feita no meio do ano a Sarney, Serjão e Delfim: "Vou ser presidente do Senado. Quem ficar no meu caminho, passo por cima".

Saindo do forno
Passadas as eleições, Sérgio Motta manda ao Congresso a nova lei das telecomunicações. A novidade é o órgão regulador, que terá integrantes com mandato fixo, indicados pelo presidente e aprovados pelo Senado.

Governo de fora
Pelo projeto de Serjão, os integrantes do órgão regulador das telecomunicações não poderão ser demitidos no exercício do mandato. As decisões do conselho também só poderão ser modificadas por medida judicial.

Aval externo
Três consultorias internacionais assessoraram Sérgio Motta na confecção da nova lei das telecomunicações: Lemon Brothers, Mackinsey e Klenwort.

Sem problemas
Do líder Michel Temer (PMDB-SP), sobre a pretensão de Luiz Carlos Santos de presidir a Câmara: "Ele tem todo o direito, mas tem que deixar o ministério e vir para a bancada disputar como simples deputado".

Troco garantido
Um interlocutor de Michel Temer diz que ele será inimigo mortal de Luiz Carlos Santos, caso se eleja presidente da Câmara sem apoio do ministro. "Fará tudo para o Luiz Carlos não ter um ministério na reforma."

Fingindo-se de morto
Luiz Carlos Santos, que não vai disputar com Michel Temer a indicação do PMDB para a presidência da Câmara, quer se viabilizar como um candidato que una a base governista. Para isso, já tem o veto do PPB a Temer.

Na última hora
A estratégia de Luiz Carlos Santos é esperar que em fevereiro seja o único nome que possa unir o PFL, PTB, PPB, PMDB e PSDB na disputa pela presidência da Câmara. Para isso, conta com Maluf e a simpatia de ACM. Mas tem o veto dos tucanos.

Furacão tucano
Quem esteve com FHC recentemente ouviu a seguinte definição para a metralhadora giratória do ministro das Comunicações: "O Sérgio (Motta) é uma força da natureza".

TIROTEIO
De José Dirceu, sobre Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA):
- O presidente da Câmara não pode ir toda hora ao Palácio receber orientação do governo. Isso não acontecia nem na ditadura. Era o Leitão de Abreu (coordenador político de Figueiredo) que vinha à Câmara.

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