São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Candidato petista rejeita alianças, mas busca apoio de empresários

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM (PA)

O candidato do PT à Prefeitura de Belém, Edmílson Rodrigues, vindo dos setores mais à esquerda do partido, descartou alianças políticas no segundo turno, faz uma campanha sem ataques e busca apoio entre os empresários.
Rodrigues é apoiado por PPS, PC do B, PCB, PSTU e PSB e, com 46% dos votos válidos do primeiro turno, disputa o segundo com o candidato do prefeito Hélio Gueiros (PFL), Ramiro Bentes (PDT), que teve 19%.
Além de sindicatos de trabalhadores, tradicionais apoios do PT, Rodrigues tem se reunido com sindicatos patronais e entidades de empresários.
Na semana passada, empresários da construção civil anunciaram o apoio ao PT. Segundo o vice-presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Roberto Fonseca, a adesão chega a 90% dos 200 empresários filiados.
O coordenador da campanha do PT, Aldenor Júnior, negou que essa postura seja eleitoreira e atacou a suposta divisão entre o "PT-que-diz-sim" e o "PT-que-diz-não".
"Apresentamos um projeto político de inversão de prioridades na administração e uma política de desenvolvimento econômico", disse ele.
"A questão das tendências é interna ao partido, que está unido, e não existe essa bobagem do 'diz sim' e do 'diz não'. O partido diz sim ao desenvolvimento, à justiça social; e diz não ao continuísmo, aos descalabros na administração", completou Júnior.
"Apelação"
"O PT não apresentou programa de governo. Apenas amaciou seu discurso e jogou com a emoção do eleitor", disse o coordenador de marketing da campanha de Bentes, Orly Bezerra.
"Até o slogan deles, 'Fé no que virá', é pura apelação ao emocional", completou Bezerra.
Confirmado o resultado do primeiro turno no dia 6 de outubro, Rodrigues declarou que descartava a apoio dos dois principais derrotados: a deputada federal Elcione Barbalho (PMDB), ex-mulher do senador Jáder Barbalho (PMDB), e o deputado estadual Cipriano Sabino, do PPB do ex-ministro Jarbas Passarinho, que juntos tiveram 28% dos votos.
O ex-secretário municipal de Finanças Ramiro Bentes, candidato da coligação de PDT, PTB, PMN, Prona, PFL e PSDB (do governador Almir Gabriel), também descartou o apoio de Elcione, e não fechou acordo com Sabino. Elcione e Sabino mantiveram-se neutros.
"O fundamental era encontrar uma aliança com a sociedade civil, lideranças, empresários", disse anteontem o coordenador da campanha petista, Aldenor Júnior.

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