São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sobe a média de gols

SILVIO LANCELLOTTI

Até agora é muito boa a média de tentos do Brasileirão: 2,62 por partida, a melhor desde os 2,69 de 1983. Aliás, a quarta média em 25 anos de torneio, inferior apenas aos 2,74 de 82 e aos também 2,69 de 80.
Curiosamente, porém, tal média permanece bem inferior às marcas obtidas nas pelejas das eliminatórias da Copa da França. Até agora, nas eliminatórias, foram travados 160 cotejos com 485 tentos, média de 3,03.
A Ásia, mais curiosamente ainda, lidera o ranking do planeta com 21 gols em seis combates, média de 3,50.
Ocupam o segundo posto a Europa, 172 gols em 53 pugnas, média de 3,24, e a região da Concacaf, o Caribe e as Américas Central e do Norte, 46 prélios, os mesmos 3,24.
Em 20 prélios, as seleções da Conmebol, América do Sul, sem o Brasil, já qualificado, produziram 56 tentos em 20 jogos, média de 2,80.
Abaixo da média do Brasileirão estão apenas a África, 80 tentos em 32 partidas, média de 2,50, e a Oceania, sete gols em três pelejas, média de 2,33.
Claro que se trata de dados simplesmente estatísticos. Não há lógica em se comparar o futebol do Brasil e da Ásia somente através dos números. Nem mesmo a Europa pulverizada de hoje serve de referência razoável.
De todo modo, valem como orientação alguns dados muito interessantes. Apenas terminaram sem gols 9 dos 160 combates. Apenas terminaram com 1 x 0, a chamada contagem mínima, 26 partidas.
Em compensação, houve 35 pugnas com cinco ou mais tentos, uma marca primorosa.
A busca da vitória nas eliminatórias se reflete em outra singularidade: foram 217 os gols registrados no primeiro tempo, 268 na etapa derradeira.
Conclusão, ilustrativa para os retranqueiros de plantão: o futebol do mundo luta bem mais pelo sucesso do que pelos meros resultados úteis.

Texto Anterior: Fla e Palmeiras poderiam fazer o jogo do dia
Próximo Texto: Copa Toyota; Maradona, 36; O futuro de Sacchi
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.