São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Cadê a minha metade?

YARA ROCCA

Gente, voltei pra contar mais uma da minha amiga Clô. Ela realmente merece um prêmio. É, um prêmio. Pela sua esperança, que nunca morre.
Veja só o que lhe aconteceu dessa vez.
Clô, toda chiquérrima em seu carro importado preto, teve de ir a uma reunião de negócios num bairro um pouco afastado e acabou se perdendo. Ao parar numa banca de jornal, para obter informações de como chegar a seu destino, passou um gaaatooo do outro lado da rua e parou. Nem preciso dizer que só faltou o cara levá-la até a reunião, né gente?!
Bem, trocaram telefones e, finalmente, marcaram de sair para tomar um sorvete no sábado. Para encurtar a história, sabe onde ele levou a Clô?
Numa maternidade. Ela não entendeu por que ele ficou olhando aquele bando de joelhinhos amassados choramingando no berçário.
"Acho que ele veio ver um filho", ela pensou.
Quando ela se preparava para largá-lo sozinho, ele a pegou pelo braço e disse: "Calma Clô, nós já estamos indo. Vamos só dar uma passadinha no quarto andar". Advinha o que ele tanto tinha de ver no quarto andar? Enfeites de porta. Sabe aqueles enfeites com bichinhos, palhacinhos, camisetinhas de futebol e meinha, com o nome do recém-nascido? Pois é, era isso que ele queria ver.
Depois dessa, a dica da Clô, que ficou com a cara no chão até hoje, é: SSSooocccooorrrroooo! Quando conhecer alguém na rua, antes de sair com ela, passe um bom tempo, mesmo que seja só por telefone, tentando sacar qual é a dela, senão, pode ter surpresas desagradáveis.

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