São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996 |
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Para Erundina, direção estadual atrapalha o PT Comando petista vê ação para desestabilizar candidata EMANUEL NERI
A Folha publicou ontem reportagem sobre o cenário da eleição para 98. Nessa avaliação, o prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci, se candidataria a governador. Erundina, caso não se eleja, "puxaria voto" para deputada federal. A avaliação foi recebida com duras críticas na reunião do comando da campanha, na manhã de ontem. O mal-estar foi generalizado. Para auxiliares da candidata, a análise faz parte de um plano para desestabilizar a petista. Principal auxiliar de Erundina, o deputado Pedro Dallari discorda da análise de que o PT paulista quer prejudicar a candidata. Mas não esconde seu descontentamento com as avaliações sobre 98. "Isso é surrealista", diz Dallari. "Estamos na disputa, com crescimento nas pesquisas e grandes chances de ganhar a eleição. É preciso que haja uma união efetiva em torno de Erundina", disse, referindo-se ao comando do PT paulista. Dallari acha inconsequente a análise sobre uma eventual candidatura de Erundina a deputada em 98. "Não se pode especular com essa possibilidade no momento em que estamos para virar a campanha e ganhar a eleição." Reeleição na TV Outros integrantes do comando da campanha acham que a especulação em torno do futuro eleitoral de Erundina é uma espécie de "operação casada" com outra proposta surgida nos últimos dias. Trata-se da tentativa da bancada federal do PT de usar o espaço de TV de Erundina para fazer campanha contra a reeleição de FHC. O porta-voz da proposta é o deputado federal João Paulo Cunha, presidente do PT paulista. A própria candidata não gostou da proposta. Ela acredita que a introdução do tema reeleição em seu horário de TV quebrará o eixo do programa, considerado bem melhor do que o do primeiro turno. O PT aprova o novo programa. Outro motivo de críticas ao PT estadual é a ausência dos dirigentes do partido na campanha de Erundina. Cunha disputou e perdeu a eleição de Osasco. Sua substituta na presidência do PT, Bia Pardi, foi vista em apenas duas atividades da campanha. Na direção do partido, um dos poucos poupados das críticas é o vice-presidente e deputado Paulo Teixeira, com intensa atividade na campanha. Auxiliares de Erundina dizem que o PT paulista não destinou um só centavo para a campanha, mesmo sabendo das dificuldades financeiras enfrentadas desde o primeiro turno. A escassez de dinheiro se agravou no segundo turno. O presidente do PT não quis comentar as críticas. Quanto à campanha da reeleição na TV, disse que, se o "pessoal de Erundina achar que não dá para colocar o tema na TV, não tem problema". Texto Anterior: Os fundos das campanhas Próximo Texto: Para petista, adversário parece "branco safado" Índice |
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