São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Mercedes pode demitir mais 2.000 em 97

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Mercedes-Benz pode demitir mais 2.000 trabalhadores na fábrica de caminhões de São Bernardo do Campo em 97.
A afirmação é de Ben van Schaik, presidente da montadora. "Vai depender do mercado. Para o volume atual, a fábrica de São Bernardo tem um excedente de cerca de 2.000 pessoas", diz Schaik.
Até o final do ano cerca de 42 mil caminhões devem ser vendidos no país. Em 95, a indústria vendeu 57 mil unidades.
A fábrica de São Bernardo tinha 11.088 funcionários no início de 96, segundo números fornecidos pela montadora.
No final de setembro havia 9.960 empregados, ou seja, 1.128 a menos.
Até o final do ano, a empresa deve demitir mais 1.200 empregados, dentro do seu plano de demissões voluntárias.
Schaik diz que a empresa precisa cortar custos e se tornar mais competitiva. Apesar de todos os esforços de reestruturação, Schaik diz que a Mercedes deve terminar 96 com prejuízo entre US$ 50 milhões e US$ 150 milhões.
Sobre a greve anunciada para amanhã, Schaik diz que é preciso "chegar a um compromisso". Reconhece que "o custo de vida em São Paulo é muito alto", mas diz que a empresa não pode suportar "aumento de custos".
Mudança
Schaik afirma que, para evitar aumento de custos, a Mercedes não descarta a hipótese de transferir a unidade de São Bernardo para outro município ou Estado.
Segundo ele, a terceirização de alguns serviços, já efetuada pela montadora, se mostrou insuficiente para reduzir despesas.
Como parte do processo de reestruturação, a Mercedes-Benz interrompeu no mês passado a produção de carrocerias na fábrica de ônibus de Campinas (SP).
Cerca de 800 funcionários foram demitidos. A partir deste mês, a montadora passa a produzir em Campinas apenas plataformas para ônibus.
A Mercedes é líder do mercado de ônibus, com 70% das vendas. Deve tmedida provisória).
Os parlamentares ligados às pequenas empresas são contrários à edição do estatuto por medida provisória

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