São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Terapia fica mais complexa

LUCIA MARTINS; LUCIA MARTINS
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

O número de novas drogas para o tratamento da Aids tornou mais complexa a decisão sobre qual a melhor combinação inicial a ser dada aos pacientes.
Por outro lado, essa grande variedade permite mais soluções para pacientes já resistentes a determinados tipos de drogas ou para aqueles que não suportam certos efeitos colaterais.
Os médicos americanos contam hoje com 16 medicamentos diferentes para o tratamento da Aids (dez deles já licenciados). Os europeus têm a opção de nove antivirais distintos.
Esse número de medicamentos permite cerca de 200 combinações aceitáveis para o tratamento.
A combinação entre um inibidor da protease (ritonavir, saquinavir ou indinavir) com dois inibidores da transcriptase reversa (em geral, AZT, DDI ou 3TC) é considerada o esquema mais potente.
Especialistas na Europa têm sido mais conservadores no tratamento com o esquema tríplice. Muitos estão preferindo reservar o coquetel para um momento mais crítico.
O inglês Ian Weller, chefe do comitê científico do congresso de Birmingham, diz que não há dados suficientes para indicar a terapia tripla logo no início.
Segundo ele, ainda não se sabe o que acontecerá com os pacientes depois de alguns anos de tratamento e se o benefício alcançado poderá ser mantido.
Weller teme a possibilidade de que o vírus fique resistente às combinações mais potentes, o que dificultaria o tratamento. Há também o problema dos efeitos colaterais, custo e a grande quantidade de comprimidos que devem ser tomados.
(LM e JB)

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