São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996 |
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GM e Volks fecham acordo sobre salários FÁBIO ZANINI E CLAUDIA VARELLA FÁBIO ZANINI; CLAUDIA VARELLA
Os metalúrgicos da Volkswagen (São Bernardo) e das unidades da General Motors em São Caetano e São José dos Campos fecharam ontem acordos sobre a reposição salarial e suspenderam a greve que havia sido decretada na semana passada. Na prática, essas empresas não chegaram a paralisar suas atividades, já que a proposta de acordo foi feita na madrugada de ontem pela direção das montadoras. Tanto a Volks (23 mil metalúrgicos) quanto a GM (9.500) ofereceram 11% de reposição da inflação até outubro, a serem pagos a partir de janeiro. Elas também concederam abonos --no valor de 84 horas, no caso da Volks, e de 102 horas, no da GM-- para compensar a inflação prevista para novembro e dezembro, além do 13º salário. O abono da GM será pago em 5 de dezembro e o da Volks, em 10 de janeiro. "O acordo na Volks permite que outras empresas sigam o mesmo caminho. Se uma montadora fica parada enquanto sua concorrente produz, ela perde mercado", disse Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT). Marinho, que comandou uma assembléia ontem à tarde na fábrica da Volks, acredita que a greve em todas as montadoras da região termine até amanhã. A paralisação atingiu, segundo o sindicato, 28 mil trabalhadores de 21 empresas. A categoria tem, na região, 125 mil metalúrgicos. A Ford (7.500 metalúrgicos) e a Mercedes-Benz (9.600), ambas em São Bernardo, foram as únicas montadoras a parar totalmente as atividades. Na Scania (3.000 trabalhadores), a estratégia adotada foi a de fazer greve por setor. Ontem, pararam os setores de motores e fabricação de quadros de chassis, comprometendo, na prática, toda a linha de montagem. As paralisações foram acompanhadas pelo presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, que participou pela manhã de assembléias nas principais montadoras. São Paulo Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (ligado à Força Sindical), 145 mil dos 170 mil trabalhadores das zonas sul e oeste da cidade cruzaram os braços. Entre as empresas atingidas pela greve estão a Caloi, Monark, Villares, MWM e SKF. Hoje a greve em São Paulo se concentra nas regiões leste e norte, onde trabalham cerca de 150 mil metalúrgicos. Autopeças O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (ligado à CUT) fechou acordo com a indústria de autopeças Keiper Recaro (270 trabalhadores). O índice de reposição (11%) é o mesmo dado pela General Motors. No ABCD, 18 empresas de autopeças, a maioria de pequeno porte, tiveram as atividades paralisadas. "Nas empresas de autopeças, a greve deverá ser um pouco mais demorada, já que o setor está em crise", disse Luiz Marinho. A estratégia é fazer um rodízio nas autopeças, parando um grupo de empresas por dia. A paralisação só será mantida na Metal Leve, de São Bernardo. Os 1.500 trabalhadores entraram em greve anteontem, em protesto contra as 150 demissões anunciadas pela direção da empresa. Texto Anterior: Gerdau vai às Bolsas para captar R$ 160 mi; Alimentos sobem em 9 capitais em outubro; Safra agrícola cresce 6,8%, afirma a Conab Próximo Texto: Adesão entre químicos é baixa Índice |
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