São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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'Comando' duplo dirige Interclínicas

Equipe inova para competição

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe masculina de vôlei do Interclínicas/Santo André adotou o "comando duplo" para a orientação tática do time.
Os ex-jogadores Wagão e Maurício Jaú se revezam na função de treinar a equipe, que ocupa o sétimo lugar na classificação geral da Superliga masculina de vôlei da temporada 1996/97.
Essa "divisão do trabalho" é feita de acordo com uma regra básica discutida entre os dois treinadores: no treinos, as "broncas" aos atletas ficam por conta de Jaú. Já nas partidas, as repreensões são feitas por Wagão.
"A função de 'descer o couro' é com ele (Jaú). Dou o 'carão' durante as partidas", afirma Wagão.
Na visão do ex-atleta da seleção brasileira Jaú, por ter uma ar mais moleque consegue falar a linguagem da garotada.
"É uma questão de sensibilidade. Como ex-jogador, não dá para o time me levar na conversa. O Wagão tem outro estilo. Eu cobro o tempo todo. Você sempre sabe quando o cara está de sacanagem", diz Jaú.
No jogo de hoje, contra o Lupo/Náutico, Wagão vai ocupar pela primeira vez o cargo de treinador número um do time.
Isso porque, nos quatro jogos da primeira fase da Superliga, Wagão ficou no banco, cabendo a Jaú dirigir a equipe.
Apesar de ser técnico de vôlei, Wagão não tinha a carteirinha de treinador nível dois, exigida pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para os técnicos cujos times disputam o título brasileiro.
"Fiz o exame e passei com a média 8,7. No exame prático, fui bem, mas, no escrito, acabei errando 7 questões de um total de 50", conta Wagão.
Amigos desde a época da antiga Pirelli, Wagão e Maurício Jaú chegaram a abrir um processo trabalhista contra o clube.
"Fomos demitidos por telefone, o que não nos pareceu uma atitude correta", diz Jaú.
Os dois, porém, perderam o processo na Justiça do Trabalho. "Tenho certeza de que houve alguma manobra. Mas não podemos provar", diz Jaú.
Ex-noivo da jogadora Hortência, Jaú, que trabalhou como modelo profissional até o início deste ano, decidiu deixar momentaneamente a carreira paralela para se dedicar ao clube de vôlei.
"Se não fizesse isso, acabaria ficando maluco", avisa ele.
Com a experiência de ter sido campeão paulista pela Pirelli, Jaú se queixa das deficiências do jogador atual.
"Todos estão se especializando em sua função. No meu tempo, fazíamos todas as funções. Mas, agora, o sujeito que é levantador é só levantador, e o meio-de-rede é só meio-de-rede. Isso precisa mudar", diz Jaú.
Wagão concorda. E acrescenta: "É preciso sempre estar atento para corrigir as deficiências do grupo. No nosso time, tem muita gente experiente, mas os vícios precisam ser corrigidos".

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