São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996 |
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Delegado nega tortura e abuso de poder
MARCELO GODOY
As acusações contra os nove primeiros não foram aceitas pelo Ministério Público, e a Justiça os soltou. Anteontem, o Departamento de Homicídios divulgou a prisão dos novos acusados que estariam com objetos roubados no bar. "O surgimento de provas materiais (objetos roubados das vítimas) torna inegável que esses sejam os verdadeiros criminosos." Lopes afirmou que, na época em que investigava o caso, todas as provas levavam a crer que os nove suspeitos eram os criminosos. Mais uma vez, ele negou a tortura dos então acusados pelo crime. Quatro homens de sua delegacia foram apontados por três dos presos como autores das torturas. "Confio em meus homens. Não houve tortura, mas não sei o que levou essas pessoas a confessar um crime que não cometeram com riqueza de detalhes", disse. Lopes, que atualmente dirige a Divisão de Crimes Fazendários, afirmou que começou a apurar o caso após o adolescente C.A.S., 16, confessar o crime do bar Bodega no 37º DP. "Só então fui chamado pelos meus superiores para continuar a investigação." O delegado mostrou cópias de 31 exames de corpo de delito feitos pelos antigos suspeitos. "Nenhum aponta as torturas denunciadas." Em três deles, há lesões leves nas mãos e braços dos detidos. "Eles haviam capotado um carro roubado do vereador Maurício Faria (PT) antes da prisão." Ele disse não poder descartar totalmente a participação dos nove primeiros presos no crime. "A investigação está nesse caminho, mas é preciso cautela", disse. (MG) Texto Anterior: Pão de Açúcar vende cartões do Unicef Próximo Texto: Promotor acompanhou apuração Índice |
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