São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pacientes têm vida normal

AURELIANO BIANCARELLI
DO ENVIADO ESPECIAL

O motorista Rogério Mocelin, 36, passou a quarta-feira da semana passada conduzindo um Scania 113 carregado de madeira por estradas do Mato Grosso.
Na tarde do mesmo dia, o comerciante Marco Buschmann, 22, jogava bola e surfava com amigos nas praias de Matinhos, litoral paranaense. Na periferia de Curitiba, Placidina Câmara passou a quarta-feira atrás do balcão de sua mercearia.
Os três estão vivos graças à cirurgia inventada pelo médico Randas Batista. Em comum, eles têm o coração faltando um pedaço. Fazem parte dos 60% de 420 pacientes que foram operados em Curitiba e sobreviveram.
Mocelin foi o primeiro a passar pela cirurgia de Batista, em agosto de 1994. "Eu não conseguia mais subir na cabine do caminhão", afirmou ele, que falou à Folha de um telefone de beira de estrada em Carapó (MS).
"Meu coração só estava batendo 17% e os médicos disseram que só um transplante me salvava", contou. "Foi aí que o doutor Randas apareceu. Falou que podia experimentar uma cirurgia, disse que nunca tinha feito em ninguém e pediu que, se não desse certo, eu não o culpasse."
Mocelin lembra do dia que abriu os olhos na UTI. "Eu achava que estava morto, comecei a chorar quando vi pela porta os carros e a galera lá fora. O médico pôs a mão no rosto e se afastou chorando. Nunca ninguém tinha feito aquilo no mundo." (AB)

Texto Anterior: Batista é considerado genial
Próximo Texto: Indicações são estudadas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.