São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Drogas e Califórnia

LÚCIO RIBEIRO
DA REDAÇÃO

É paradoxal, mas a mesma droga que levou à morte o roqueiro Kurt Cobain deu vida ao som de uma das melhores bandas do renascido rock americano: o Everclear.
Art Alexakis, guitarrista e líder deste grupo de Portland, Oregon, formou a banda depois de amargar alguns anos de sua vida em clínicas para recuperação de drogados.
A trajetória do cara é barra-pesada: o próprio Alexakis não esconde que bebia aos 8 anos, fumou sua primeira maconha aos 9 e, aos 13, já chegava a experiências com a heroína. E com a guitarra.
Muitas bandas e muitas clínicas depois, Art Alexakis cai em Portland em 1993, forma o Everclear e lança, em 1994, "World of Noise", o primeiro disco.
Mas é no fim de 1995, com o excelente álbum "Sparkle and Fade" -uma espécie de continuação do "Nevermind" do Nirvana, em garra e energia-, que o Everclear percebe que o Oregon é muito pequeno para a banda.
Já em 1995, a revista virtual "Addicted to Noise", aponta o Everclear como a melhor banda do ano.
Agora em 1996, enquanto o Everclear emplacava o CD "Sparkle and Fade" no Top 200 da Billboard e ganhava a capa da "Spin", a banda arrancava elogios pela apresentação ao vivo no festival Lollapalooza.
Até no badalado programa de entrevistas do apresentador David Letterman, Art Alexakis foi explicar por que é tão obcecado em suas letras por dois assuntos em especial: a vontade desesperada de ir viver na Califórnia e a heroína.
Sente o clima: "...I can hear them talking in the real world, but they don't understand that I'm happy in hell with my heroin girl/Eu posso ouvi-los conversando no mundo real, mas eles não entendem que eu estou feliz no inferno com minha garota heroína", refrão de "Heroin Girl".
(LR)

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