São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Filmes causam polêmica na Inglaterra

LUCIA MARTINS
DE LONDRES

Dois filmes que chegaram às telas britânicas na semana passada estão provocando a reação de autoridades e da imprensa do Reino Unido, que os acusam de estimular a violência.
"Michael Collins", dirigido por Neil Jordan, e que estreou no circuito comercial na sexta passada, estaria transformando um assassino em herói, distorcendo fatos históricos e estimulando a volta de ataques terroristas na Irlanda do Norte.
Nas três semanas anteriores ao lançamento, os jornais ingleses conservadores ("Daily Telegraph" e "The Times") publicaram textos advertindo "sobre os riscos do filme".
"Michael Collins" fala sobre a independência da Irlanda e dos seis anos (de grandes ataques terroristas) que precederam o desligamento do Eire do Império Britânico em 1922. Collins foi um dos principais líderes da revolta irlandesa contra os britânicos e dos ataques terroristas.
Neil Jordan, que já fez "Traídos pelo Desejo", também sobre o IRA, ganhou o prêmio máximo no último Festival de Veneza com "Michael Collins".
O segundo alvo dos "watchdogs" (como são conhecidos os fiscalizadores de tudo o que é exibido no Reino Unido) é "Crash", do canadense David Cronenberg.
O filme foi exibido no último fim-de-semana no 40º London Film Festival, mas ainda não chegou ao circuito comercial.
A pedido de moradores da região oeste de Londres, uma comissão da British Board of Film Classification vai assistir o filme na próxima semana para decidir se ele vai ou não ser banido das telas da região.
"Crash" fala de um casal (James Spader e Deborah Unger) obcecado por acidentes de carro. Há muitas cenas de sexo e violência.
Cronenberg ("A Mosca" e "Scanners") afirmou à revista inglesa "Time Out" que não fez o filme com intenção de provocar o público, mas "para se provocar". "Para fazer com que eu olhasse para coisas que não quero ver porque são desagradáveis."

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