São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Micro para rede é um supercomunicador

RODOLFO LUCENA
ENVIADO ESPECIAL A SAN FRANCISCO

Novos lançamentos jogam água no moinho das empresas que apontam o Network Computer como o modelo para a computação do futuro próximo, superando a fórmula Wintel, de micros baseados em chips Intel e equipados com sistema "Windows".
Na semana passada, mais sete empresas anunciaram produtos baseados no modelo NC -computador extremamente simples que só funciona ligado em rede, da qual usa programas e na qual armazena dados.
Elas apresentaram seus produtos -protótipos, em boa parte dos casos- no Oracle OpenWorld, evento promovido em San Francisco (EUA) pela empresa de software Oracle, uma das mais entusiastas defensoras e propagandistas do NC.
Entre as novidades, o destaque foi a demonstração pela RCA de um NC que vai funcionar combinado com um televisor, permitindo acesso à Internet, envio e recebimento de correio eletrônico e compras on line. Deve chegar ao mercado no ano que vem, custando em torno de US$ 300 nos EUA.
Mas a maioria dos produtos tinha como objetivo atingir o mercado corporativo, substituindo com um pouco mais de inteligência os chamados terminais "burros", que funcionam com computadores de grande e médio portes.
Também servem como alternativa a PCs que fazem poucas tarefas ou trabalhos específicos e, acima de tudo, são dispositivos para permitir a comunicação fácil e direta.
Essa, aliás, parece ser a grande atração da computação de rede, segundo a Oracle.
Comunicação
O presidente da empresa e evangelista do NC, Larry Ellison, disse que, mais que equipamentos para processamento de dados, os NCs são dispositivos de comunicação.
O telefone celular, segundo ele, é um suporte perfeito para o NC.
Tem teclado para entrada de dados, capacidade para conexão a redes e tela para visualizar mensagens. Modelos mais recentes têm capacidade para transmissão e recepção de correio eletrônico.
No modelo proposto pela Oracle, o usuário não precisa nem sequer estar vinculado a uma máquina específica.
Cada NC, no modelo Oracle, só pode ser usado por quem tiver a chave eletrônica para entrar na rede -um smart card com as informações básicas sobre o usuário, os programas e serviços da rede a que pode ter acesso.
O computadorzinho/comunicador não tem capacidade local para armazenar grandes quantidades de dados nem pode receber dados ou programas via disquete ou CD-ROM. Também não tem o festival de conectores de expansão com que os usuários de PC estão acostumados.
"Todo o armazenamento é na rede. Tudo está ligado à rede", disse Jerry Baker, presidente da NCI, subsidiária criada pela Oracle para atuar no novo mercado.

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