São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Falso alarme aborta vôo de jato da TAM

DA REPORTAGEM LOCAL

Um alarme falso nos instrumentos de vôo interrompeu ontem a decolagem de um Fokker-100 da TAM quando o avião acelerava na pista do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo).
O vôo, de número 520, rumava a Brasília, às 8h30. A tripulação e os 90 passageiros foram transferidos para outra aeronave, que partiu às 9h40.
A TAM informou, por intermédio de sua assessoria, que a "abortagem" -interrupção- da decolagem é um procedimento de segurança comum em casos de haver algo fora do normal.
A interrupção da decolagem, decidida pelo comandante Marcílio Campos Matos, foi causada por um aviso luminoso no painel do Fokker-100 prefixo PT-MRT indicando falta de potência nos motores.
O avião, no instante da interrupção, acelerava na pista a uma velocidade de cerca de 50 nós -70 km/h. A aeronave, segundo a TAM, tem menos de três anos de fabricação.
Ainda segundo a assessoria da TAM, desde a queda de outro Fokker-100 da empresa, no dia 31 de outubro, há uma orientação para que qualquer problema detectado antes da decolagem seja verificado antes do prosseguimento da operação.
A queda do F-100 em outubro, que teria sido causada pela abertura de um freio aerodinâmico durante a decolagem, causou a morte de 98 pessoas.
O alarme falso foi constatado após uma vistoria na aeronave. Um computador de bordo, responsável, entre outras coisas pelo piloto automático do avião, teria feito uma leitura incorreta da potência do motor.
O computador teria sido trocado e a pane, desaparecido. Segundo a empresa, não havia falta de potência nos motores. O avião voltou a voar às 10h40, rumo a Ribeirão Preto (interior de São Paulo) e Belo Horizonte (MG).
A TAM não informou se submeterá o computador trocado a alguma espécie de manutenção ou investigação.
O instrumento que induziu o comandante Matos a abortar a decolagem chama-se EPR (Exaust Pressure Ratio). São sensores instalados nas turbinas que medem o empuxo que os motores estão dando ao avião.
O EPR passa essa informação ao computador de bordo que, por sua vez, indica ao piloto, no painel, qual a potência disponível.
Não há, segundo técnicos ouvidos pela Folha, nenhum sinal sonoro que informe esse tipo de pane. A análise da caixa-preta do F-100 que caiu apontou que um alarme sonoro foi disparado dentro da cabine antes da decolagem.
Passageiros
Passageiro do vôo 420 da TAM, Guilherme Afif Domingos, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), afirmou que a pane no avião não gerou pânico.

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