São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Nervosismo retorna ao mercado de dólar

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

As mesas de câmbio abriram com o mesmo nervosismo com o qual fecharam o dia anterior.
A volatilidade (altas e baixas durante o mesmo dia) continuou forte ontem.
A cotação do dólar comercial à vista ficou pressionada na parte da manhã, atingindo até R$ 1,0315 na venda.
No mercado futuro, a pressão altista foi intensa, principalmente no contrato de maio (que reflete a expectativa cambial de abril).
Mas a agitação foi só na parte da manhã.
À tarde, o mercado (sem a atuação do Banco Central) cedeu.
O dólar comercial (usado nas exportações/importações) fechou a R$ 1,0298 na ponta vendedora, abaixo do fechamento anterior.
O motivo teria sido o forte movimento de entradas de moedas. O mercado calculava que o fluxo deveria fechar positivo entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões ontem.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & de Futuros), a pressão de alta diminuiu, com o contrato de dólar para abril (o mais negociado), fechando com queda de 0,01%.
O mercado espera mais agitação para hoje, véspera de eleição, e dia provável da divulgação dos números das importações brasileiras em outubro.
Intervenção
No mercado de juro, o BC realizou dois leilões informais de LTNs (Letras do Tesouro Nacional), à taxa-over de 2,532%, com vencimento em fevereiro/97.
O mercado abriu com oferta de dinheiro a 2,69% de taxa-over, recuando para 2,63%, por volta das 9h30, quando a autoridade monetária entrou pela primeira vez no mercado, para tentar "enxugar" o excesso de dinheiro no sistema.
O Tesouro frustrou as expectativas do mercado ao anunciar para hoje leilão de 3,8 bilhões de LTNs, prefixadas, com prazo de 181 dias, com vencimento em 15 de maio de 97.
Com a crescente procura por "hedge" (proteção), o mercado esperava que o Tesouro oferecesse títulos com correção cambial.
O mercado acionário também tem sido influenciado pela volatilidade do dólar.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) abriu para baixo, com o nervosismo no câmbio, mas reverteu a tendência, fechando em alta de 0,73% (Ibovespa).

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