São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Fidelidade ao governo marca comissão

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os 24 integrantes de partidos governistas que integram a comissão especial da reeleição são mais fiéis ao governo do que a média das suas próprias bancadas.
Levantamento feito pela Folha mostra que eles disseram "sim" em 86,4% das 20 votações de emendas constitucionais de interesse do governo em 95 e 96. A média em seus partidos foi de 80%.
A comissão deve ter 30 integrantes -26 nomes já foram indicados. O resultado do levantamento mostra que a escolha foi criteriosa.
São parlamentares que seguem a orientação de seus partidos e têm apoiado o governo.
Mesmo no PPB, que antecipa a tendência de votar contra a reeleição, o índice de apoio ao governo foi alto. A média do partido foi de 77,8%, enquanto a média dos integrantes da comissão foi de 85,7%.
Sem os votos do deputado Prisco Viana (PPB-BA), que só votou com o governo em 57% das votações, a média dos integrantes do PPB na comissão seria de 91,4%.
No PMDB, que aprovou 74,1% das propostas governistas, a média na comissão foi reduzida por João Natal (GO). Ele apoiou só 61,9% das emendas. Sem ele, a média do PMDB na comissão seria de 84,5%.
O levantamento considera as abstenções e ausências como votos contrários ao governo. Se fossem considerados só os votos "sim" e "não", a fidelidade seria ainda maior. Quatro deputados do PFL, quatro do PSDB e dois do PMDB nunca votaram contra o governo.
O único oposicionista indicado para a comissão, Fernando Lyra (PSB-PE), aprovou apenas 14,3% das emendas governistas.
Interesses
Interesses pessoais, políticos e partidários poderão alterar esses índices de apoio. O primeiro fato a ser considerado é que as emendas já votadas tratavam da Ordem Econômica ou da Previdência.
A emenda da reeleição é um tema eminentemente político, que gera atrito entre os partidos.
O PPB, por exemplo, vê na possibilidade de reeleição de Fernando Henrique Cardoso um obstáculo às pretensões de Paulo Maluf.
O índice de apoio do líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), foi elevado (81%) porque seu partido apoiou FHC no primeiro ano de governo. Após perder cargos na Telesp e nos Correios, o partido assumiu posição independente.

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