São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Petróleo e bens de consumo do Natal pressionam

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A decisão da Petrobrás de importar US$ 680 milhões em combustíveis e lubrificantes pesou no déficit da balança comercial em outubro e deve influir no resultado negativo deste ano.
A Folha apurou que o volume de importação de petróleo em outubro não era esperado pela equipe econômica. O consumo de combustíveis, principalmente de gasolina, tem subido mais do que o previsto.
Em setembro, a compra no exterior de US$ 665 milhões em derivados de petróleo já havia causado surpresa e contribuído para o déficit de US$ 655 milhões.
Previsões falham
Na época, o secretário de Comércio Exterior, Maurício Cortes, afirmou que a importação de petróleo não havia sido prevista e se devia à necessidade de manutenção de níveis de estoques.
A previsão -confirmada- de aumento recorde da produção de 880 mil para 901 mil barris diários reforçou a tese de que a importação não seria necessária.
A Folha tentou ouvir ontem a Petrobrás, mas, segundo a assessoria de imprensa da empresa estatal, não havia nenhum diretor disponível para falar sobre o assunto às 17h30.
O déficit de outubro também foi motivado pelo aumento das importações de bens de consumo. Os duráveis aumentaram 20% em relação a setembro, e os não-duráveis, 37,6%.
Zona Franca
Boa parte desses produtos são importados pela Zona Franca de Manaus, que destina cerca de 96% de sua produção ao mercado interno e que deverá participar com cerca de 9% do total das importações.
As compras de máquinas e equipamentos respondem por 23,1% no total das importações de janeiro a outubro deste ano.
Mas são consideradas como investimento, ou seja, devem resultar em aumento da produtividade da indústria e das suas exportações no futuro.
Segundo Mendonça de Barros, o coeficiente de importações sobre o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou de 6,5% nos dois primeiros trimestres deste ano para 7,2% no terceiro trimestre. Este é o maior percentual desde o início de 1995.

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