São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996 |
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SPICE GIRLS
DANIELA ROCHA
Ao todo, a banda Spice Girls vendeu mais de 700 mil cópias -recorde da gravadora Virgin em venda de singles. O primeiro CD foi lançado na última segunda-feira com pré-venda de 600 mil cópias, considerado na Europa como "duplo de platina". No Brasil, o lançamento do primeiro álbum das Spice Girls está previsto para o final deste mês. Formada por ex-atrizes e bailarinas, o grupo começou depois de mais um dos testes de admissão frustrados que fizeram. Ficaram amigas e resolveram montar o grupo. Spice pode ser tempero, pimenta, sabor, mas a ambição delas é agradar a todos os gostos. Durante nove meses elas se prepararam para entrar no mercado. Hoje todas cantam, dançam e já se arriscam a escrever letras, compor e até produzir as músicas. Com um jeito despojado e divertido, música comercial e muita energia, elas foram adotadas até nas pistas de dança londrinas onde antes só entravam os ilustres do britpop -Oasis, Pulp, Blur- e o rock dos bacanas americanos -R.E.M, Pearl Jam, Nirvana. "Wannabe", o primeiro hit, está entre os dez mais tocados no Reino Unido, França, Espanha, Holanda e Bélgica. "Say You'll Be There" também já entrou nas paradas. Em turnê por Paris, uma das Spice Girls, Victoria Addams, 21, falou por telefone com a Folha. * Folha - Vocês lançaram um single e chegaram às paradas. Não foi rápido demais? Victoria Addams - Nunca podíamos prever ter tanto sucesso. Acho que nosso principal sucesso é escrever músicas, gravar e ainda nos divertirmos com isso. Folha - Vocês já estão ricas? Victoria - (Risos) Se estamos ricas? Não, ainda não. Espero que logo fiquemos. Folha - Spice Girls é também uma espécie de movimento? Victoria - Acho que sim. Não carregamos bandeiras, não somos feministas. Mas queremos igualdade. Porque sempre existem barreiras para as mulheres, não apenas na indústria fonográfica. Espero que outras garotas nos sigam e formem suas bandas. Folha - O grupo procura espelhar o comportamento de garotas dos anos 90? Victoria - Acho que sim. Já nos chamaram de fenômeno dos anos 90, que é um elogio. Não diria que somos as melhores. Há a Madonna, a Neneh Cherry, que espelham mulheres dos 90, mas recentemente não apareceu nada que espelhasse as meninas. Agora acho que provocamos isso, as meninas estão se identificando conosco porque fazemos o que a maior parte delas gosta de fazer. Nós falamos: Não se vista como seu namorado quer que você se vista, faça o que você tem vontade, você não é obrigada a cozinhar. Folha - Em entrevistas vocês comentam que garotas falam mais de sexo hoje porque elas assumem que gostam de sexo. Victoria - É verdade. Gostamos de sexo, todo mundo gosta de sexo. Desde que você faça sexo porque quer e não porque querem que você faça -e, sobretudo, se for feito de forma segura. Folha - Como vocês cinco se encontraram? Victoria - Nos conhecemos em épocas diferentes. Isso porque todas nós trabalhávamos como atrizes ou bailarinas. Íamos a muitos testes e nos encontrávamos, mas nunca conseguíamos uma vaga. Conversávamos depois dos testes. Um dia fomos a um teste de um produtor que queria formar uma banda de garotas. Percebemos que ele queria uma banda com cinco bonecas. Não dava. Então decidimos formar nossa própria banda e moramos juntas por nove meses. Folha - Por quê? Victoria - Durante esse tempo fizemos pesquisas musicais, ensaiamos coreografias. Só então decidimos procurar um empresário. É ótimo, porque ele entrou sabendo que quem decidiria como seria a banda seríamos nós. Nós tomamos as decisões, falamos o que achamos, vestimos o que queremos. Ninguém nos fala como devemos agir. Folha - Quais estilos de música vocês cantam no primeiro CD? Victoria - Como todas nós gostamos de vários estilos, resolvemos incorporar isso no CD. Tem dance music, disco music, acústico, rock, indie. Esperamos atingir todo o tipo de público com nossa música. LEIA MAIS sobre Spice Girls à pág. 4-3 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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