São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Lindemans segue tradição australiana

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os vinhos da vinícola Lindemans não fogem do design que tem norteado o sucesso dos goles australianos: robustez, fruta concentrada e, sobretudo, uma boa dose de carvalho.
Como várias cantinas do país, ela foi fundada por um médico inglês (Henry John Lindemans) que plantou seus primeiros vinhedos em 1843 em Cawarra, no Hunter Valley, ao norte de Sidney, berço da vitivinicultura do continente.
Após ter permanecido por mais de um século nas mãos da família de Lindemans, a firma passou a ser controlada pelo Penfolds Wine Group, um conglomerado gigantesco dono de um terço da produção do país, que reúne vinícolas de renome como a própria Penfolds (que elabora o Grange, um tremendo vinho, entre os melhores do mundo, que chega a ser vendido por mais de US$ 100 a garrafa), a Wynns e a Seaview.
As estrelas do portfolio da Lindemans nascem hoje ao sudoeste da antiga matriz, em Coonawarra, na província de South Austrália, atual coração vinícola da Austrália, responsável por cerca de 50% da produção de vinhos do país.
Nesta ala, integrada por tintos, a casa alinha exemplares bem construídos como o Cabernet Sauvignon 93 de aroma potente que precisa -como o resto dos vinhos- de certo tempo para exibir seu caráter frutado e os toques do carvalho francês e americano em que foi amadurecido (84/100, R$ 20,66).
Há outro Cabernet Sauvignon, o Saint George, que na safra 92 mostra certo toque herbáceo, típico da variedade que complementa seu paladar frutado (suave framboesa) emoldurado por um elegante toque de madeira (85/100, R$ 35,50).
O Limestone Ridge é um corte de uvas Shiraz (ou Syrah, 80%) e Cabernet (20%) envelhecido em carvalho americano. O 92 tem paladar que lembra frutas vermelhas integrado com as marcas deixadas pelos barris (certo torrado, café) bem sustentado por taninos firmes (87/100, R$ 35,50).
Já o Pyrus (mais redondo) é um tinto que combina na sua fórmula uvas Cabernet Sauvignon (50%), Merlot (27%), Malbec (14%) e Cabernet Franc (9%) e passa pelo costumeiro estágio em barris de carvalho (francês). A sua edição 91 (88/100, R$ 35,50) está pronta para beber e impressiona bem, tanto pelo sabor complexo (cassis, framboesa, baunilha, leve toque torrado, cedro) e o paladar redondo, como pela exuberância clássica com que os vinhos australianos conquistaram um lugar no cenário vinícola mundial.

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