| São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996 |
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Angela Amim, do PPB, se elege em Florianópolis com 51% dos votos
LUCIO VAZ
Os votos nulos alcançaram 3,67%, e os brancos, 1,9%. A abstenção foi de 16,43% -deixaram de votar 33.700 eleitores, de um universo de 205.038. A totalização dos votos na capital catarinense terminou às 19h08. A eleição da pepebista deve favorecer o projeto do reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ela teve a ajuda do presidente na campanha e vai precisar de verbas federais para governar. Boppré é o atual vice-prefeito de Sérgio Grando (PPS). A candidata do PPB atacou muito, durante toda a campanha, os atrasos no pagamento do funcionalismo e as dívidas contraídas pela prefeitura. A campanha de Angela foi centrada em obras de grande porte, que precisarão de recursos da União. Ela afirmava que o senador Esperidião Amin (PPB), seu marido, e a bancada catarinense buscariam esses recursos em Brasília. Perguntada se a posição do seu partido contra o projeto que permite a reeleição de Fernando Henrique não dificultaria o acesso aos recursos federais, Angela respondeu à Folha: "O Amin nunca se posicionou contra a reeleição. Na revisão (constitucional), ele votou a favor". Angela afirmou que a posição do PPB pode ser alterada. "O que houve foi uma decisão partidária, tirada na convenção de abril, de não discutir o assunto antes de 15 de novembro. Na nova convenção, em dezembro, a maioria deve votar a favor da reeleição." Neutralidade Fernando Henrique ajudou Angela Amin garantindo a neutralidade do ex-presidente nacional do PFL e atual embaixador do Brasil em Portugal, Jorge Bornhausen. O PT esperava uma manifestação pública de apoio de Bornhausen ao seu candidato na reta final da campanha. Depois de falar com Bornhausen, no último dia 8, Fernando Henrique telefonou a Amin e comunicou a posição do ex-presidente do PFL. Esperidião Amin afirmou que vai seguir a posição que será decidida pelo partido na convenção de 4 de dezembro. Qualquer que seja essa posição, ele prevê que a reeleição vai ser aprovada pelo Congresso: "Vai passar". Projetos O programa de governo de Angela prevê projetos muito parecidos com os do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e com os do futuro prefeito, Celso Pitta. O projeto de transporte "Fura-Fila" foi chamado de "Papa-Fila" em Florianópolis. O projeto Cingapura, de verticalização de favelas, foi batizado de Bom Abrigo. O "Papa-Fila" é um sistema integrado de transporte coletivo. Angela quer implantar, ainda, o projeto Hora de Comer, que distribuirá merenda escolar, e o projeto Praia Limpa, de saneamento. Para garantir maioria na Câmara Municipal, Angela afirmou que pode até ceder secretarias a partidos como o PFL e o PSL. "Vamos negociar com os partidos, o PFL, o PSL. Não haverá problemas. Já estivemos juntos", afirmou a prefeita eleita. A sua maior preocupação é com a dívida da atual gestão. A prefeitura de Florianópolis teria um déficit operacional de R$ 18 milhões, além da dívida de longo prazo. A prefeitura diz que a dívida de curto prazo é de cerca de R$ 13 milhões. Texto Anterior: PPB recebe 261 mil votos Próximo Texto: Candidato do PT sai vitorioso Índice |
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