São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rodada de fogo

JUCA KFOURI

Dos 12 jogos desta antepenúltima rodada do Brasileiro, apenas um é rigorosamente para cumprir tabela: Juventude e Botafogo têm 24 pontos, não podem mais se classificar e não correm risco de cair. Nos outros 11 há por que vencer ou, pelo menos, não perder.
Caso de Bragantino e São Paulo. Um luta para não morrer, o outro alimenta longínquos sonhos de sobreviver.
Entre Corinthians e Goiás a situação é diferente. Ambos ainda batalham uma vaga entre os oito, embora tenham bobeado. O Corinthians ao empatar com o lanterna Bahia, e o Goiás, contra o lanterna Criciúma. O time goiano tem como atenuante que até o Palmeiras perdeu em Criciúma e tem também a tradição de ser um tradicional asa negra do Corinthians, que depende de Marcelinho, agora no papel de homem-esquadra, como dizem os italianos.
A ausência de Alexandre Lopes na defesa hoje é um alívio para os corintianos.
Ainda hoje, e à noite em São Januário, a comunidade lusitana do Rio tem a chance, que certamente não aproveitará, de ver um bom time, o da Portuguesa, numa partida de vida ou morte contra o Inter-RS. Vida para os paulistas, sem Rodrigo, e de morte para os gaúchos, ou vice-versa.
No domingo tem Fla-Flu, clássico que só interessa ao moribundo tricolor e à polícia, que bem poderia fazer um cordão de isolamento no gramado, já que a CBF não cumpre mesmo a promessa de impedir que pessoas estranhas ao jogo estejam no gramado.
Vasco e Criciúma fazem um jogo semelhante ao Fla-Flu. Interessa à polícia e ao Criciúma, que tem todas as condições de sair com um outro bom resultado já que vem reagindo e pega um time que nem na Conmebol se deu bem.
Palmeiras, perigosamente desfalcado e cada vez mais distante do time do primeiro semestre, e Atlético-MG ainda lutam pela liderança, com o Galo aparentemente mais equilibrado, fruto do bom trabalho de Eduardo Amorim.
Santos e Atlético-PR é jogo de um time só, mas não de um time qualquer. Afinal, os paranaenses são os líderes e, não por acaso, têm tudo para continuar a ser.
Vitória e Guarani é um jogo curioso. O Vitória joga a sua chance de continuar sonhando. O Guarani, de interromper seu pesadelo.
Paraná Clube e Bahia é mais da via crucis baiana, Grêmio e Coritiba é outro da escalada gaúcha, e Cruzeiro e Sport pode ser o fim dos pernambucanos. Que rodada!

Texto Anterior: Sauber x Ferrari; Biaggi x Aprilia; Fim-de-semana
Próximo Texto: Portuguesa busca vitória para ter o 'luxo de perder'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.