São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996 |
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Nobel quer que FHC defenda liberação Líder vai cobrar posição mais firme do Brasil RUI NOGUEIRA
Ramos-Horta não se alinha com os grupos que exigem corte de relações diplomáticas e sanções comerciais à Indonésia como forma de adesão à causa de Timor-Leste. Ele vai pedir que FHC, defenda, de imediato, a desmilitarização do país, ex-colônia portuguesa invadida por tropas indonésias em 75. O diplomata, que dividiu o Nobel com o bispo católico Ximenes Belo, também timorense, vai dizer, se for preciso, que a postura brasileira na ONU (Organização das Nações Unidas), em defesa da independência de Timor-Leste, foi mais enfática no regime militar do que é hoje no governo de FHC. Ramos-Horta gosta de lembrar que em 1982, no governo do general Figueiredo, foi o diplomata brasileiro Sérgio Correia da Costa quem apresentou um projeto de resolução na Assembléia Geral da ONU condenando a Indonésia. "A Indonésia protestou e fez diligências em Brasília, mas o Brasil manteve-se firme, não pestanejou", recordou Ramos-Horta recentemente, em artigo para o semanário português "Expresso". Nada o irrita mais que resumir a causa do país à defesa da língua portugesa. No artigo, ele ironizou: "O povo timorense não luta e morre só para que alguns turistas brasileiros não venham a ter dificuldades de comunicação se decidirem passear por aquela relíquia do império português". A Indonésia mantém uma ocupação militar ostensiva na ilha. A parte oriental, com 750 mil habitantes, teve uma semana de independência. Para Ramos-Horta, a imediata desmilitarização dos 14.925 km2 de Timor-Leste é o início de qualquer negociação em respeito às resoluções aprovadas pela ONU e jamais cumpridas pela Indonésia. Texto Anterior: Argentina, México e Brasil Próximo Texto: NEGÓCIOS; RISCOS; FIESP Índice |
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