São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Folha dedicou 208 páginas para eleição; jornal foi isento, na avaliação de leitor

DA REDAÇÃO

A Folha dedicou 208,5 páginas às eleições municipais, no período de 2 de agosto a 15 de novembro. O espaço é 56,76% maior do que o utilizado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na mesma cobertura.
A maioria dos leitores considerou a cobertura do jornal isenta (veja texto ao lado).
No primeiro turno da eleição, o candidato Celso Pitta (PPB) ocupou 40,29% do espaço total de textos, gráficos e fotos relativos à eleição municipal.
José Serra (PSDB) foi o segundo, com 26,17%, Luiza Erundina (PT), a terceira, com 22,02% e Francisco Rossi (PDT), o quarto, com 9,28%.
No segundo turno, Pitta ficou com 58,72% do espaço, e Erundina, com 41,28%.
O levantamento, realizado pelo Datafolha ao longo das eleições, foi um dos instrumentos utilizados pelo jornal para avaliar e planejar sua cobertura.
Positivo e negativo
Além da medição do espaço, o Datafolha também atribuiu teores às reportagens, gráficos e fotos publicados pelo jornal, classificando-os como positivos, negativos ou neutros.
Essa classificação, mais complexa por ser qualitativa, foi discutida em reuniões diárias da Redação com o instituto de pesquisa.
O critério foi o de considerar o material publicado do ponto de vista dos candidatos.
Na avaliação, representantes da Editoria Brasil e do Datafolha procuravam analisar as reportagens, fotos e gráficos com os olhos de quem estivesse concorrendo.
No período mencionado, a Folha revelou-se mais crítica do que seu principal concorrente: publicou menos material positivo e mais negativo (veja quadro) sobre os candidatos.
A Folha foi bastante equilibrada em relação a Celso Pitta, com 30,89% de positivo, 35,14% de neutro e 33,97% de negativo.
A candidata Luiza Erundina teve menos reportagens, fotos e gráficos considerados negativos: 24,96%.
A petista foi tratada de forma positiva em 36,28% do material publicado e de forma neutra em 38,76%.
Nas reportagens, gráficos e fotos de "O Estado de S. Paulo", Erundina recebeu tratamento mais favorável: teve 18,21% de material negativo, 45,32% de positivo e 35,20% de neutro.
O Datafolha também aferiu a distribuição de assuntos relativos à eleição pelos diversos cadernos que compõem o jornal.
As páginas de editoriais e opinião responderam por 7,52% e o caderno São Paulo por 4,03%.
É importante notar que o levantamento do Datafolha não leva em conta o destaque dado pelos jornais às reportagens, gráficos e fotos publicados. Evidentemente, uma manchete negativa na primeira página tem mais peso do que uma pequena reportagem positiva em página interna.
Embora essa distribuição de destaques não tenha sido objeto de levantamento detalhado, foi permanentemente acompanhada e avaliada pela Redação. O objetivo da Folha é praticar, como prevê o "Novo Manual da Redação", jornalismo apartidário e pluralista.

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