São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
Texto Anterior | Índice

Brasil que sai das urnas fortalece Maluf na corrida à Presidência de 98

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O resultado das urnas aumentou o cacife do prefeito Paulo Maluf na corrida presidencial. Não só por ele ter conseguido eleger seu sucessor em São Paulo, mas também pelo desempenho de seus correligionários no resto do país.
O PPB foi o partido que obteve a maior votação entre os candidatos eleitos: 7,140 milhões de votos distribuídos por 626 novos prefeitos.
Ficou em quarto lugar no ranking de prefeituras, mas venceu em 8 das 12 cidades onde disputou o segundo turno.
No Estado de São Paulo -graças às vitórias na capital, em Campinas e em Santos-, os pepebistas abocanharam 43% do total de votos dos prefeitos eleitos.
O partido de Maluf registrou ainda o maior crescimento no mais estratégico segmento municipal: as cem maiores cidades do país e as capitais. Juntas, elas representam 1/3 do eleitorado nacional.
Nesse grupo de 106 municípios o PPB tinha conseguido eleger só 7 prefeitos na eleição de 1992. No pleito deste ano a sigla dobrou esse contingente e, com 14 prefeituras, está praticamente empatada com PMDB e PDT, que têm 15 cada.
O líder nesse colégio de cidades passou a ser o PSDB. O partido do presidente Fernando Henrique também deu um salto no número de vitórias: passou de 15 para 20.
Na soma de votos de seus 914 prefeitos eleitos, entretanto, os tucanos acabaram em quarto lugar no ranking partidário, com 6,292 milhões. Ficaram atrás de PPB, PMDB (6,626 milhões de votos e 1.291 prefeitos) e PFL (6,775 milhões de votos e 931 prefeitos).
A diferença de votos a menos para o PSDB se explica pela derrota do partido nas mais populosas cidades do país, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Os tucanos souberam explorar o poder dos governadores e elegeram mais prefeitos do que qualquer outro partido nos principais Estados que administram: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará e Sergipe.
Ainda no jogo de poder da sucessão presidencial, FHC viu aumentar o poder de fogo de seus aliados pefelistas.
Mesmo com um fraco desempenho no segundo turno (perdeu em 4 das 6 cidades onde concorreu), o PFL melhorou sua posição no ranking das maiores cidades do país: passou de 7 para 11.
Foi ainda o partido vitorioso no Nordeste, com 25% dos votos dos prefeitos eleitos e 1/4 das prefeituras da região. Lá, destaca-se seu desempenho na Bahia, onde teve 39% da votação dos eleitos e 30% dos cargos disputados.
Se um aliado de FHC cresceu, outro murchou. O PMDB ainda lidera o ranking de número de prefeitos, mas está cada vez mais confinado às pequenas e médias cidades. No grupo das 106 maiores, despencou de 28 para 15 prefeituras.
Os peemedebistas, entretanto, não foram os únicos a encolher. O PT de Luiz Inácio Lula da Silva perdeu em 9 das 11 cidades onde chegou ao segundo turno. Nos maiores municípios, caiu de 14 para 11 prefeituras.
O resultado foi ruim, mas o desempenho nem tanto. O partido conseguiu estender sua votação por todas as regiões do país e dobrar seu número de prefeitos. No primeiro turno, somando-se eleitos e derrotados, foi o partido mais votado nas capitais.
Ainda à "esquerda" do espectro político, o PDT manteve sua posição no ranking das maiores cidades: ganhou algumas prefeituras, perdeu outras, e ficou com 15.
A surpresa foi o PSB, que cresceu de 4 para 6 prefeituras no rol das 106 maiores cidades, e bateu o PT em votos e número de prefeitos.

Texto Anterior: Maia diz que elegeu candidato que melhor se encaixou como mensageiro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.