São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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China cobra por atendimento

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Orgulhosa da expansão de seu sistema de atendimento médico gratuito durante o regime comunista, a China hoje corta recursos destinados ao sistema rural de saúde, leva a rede pública a cobrar do paciente e admite piora no serviço oferecido à população do campo.
Cerca de 900 milhões de chineses (80% da população) vivem no campo. As reformas pro-capitalismo começaram com o desmantelamento das fazendas coletivas.
Com o fim das fazendas coletivas, que financiavam hospitais públicos, o serviço médico rural perdeu a principal fonte de recursos.
Os hospitais públicos passaram a cobrar de seus pacientes, quebrando mais um dogma do ideário comunista (atendimento médico gratuito). A receita obtida com a cobrança não impediu piora da qualidade do atendimento.
"Por causa da deterioração da maior parte do sistema rural de saúde, 80% da população pode não ter acesso ao serviço básico de saúde no tempo necessário", escreveu a revista "Outlook", que reflete a visão do governo.
Nas cidades, a situação é menos grave porque a presença estatal na economia ainda é significativa. O trabalhador urbano tem assistência médica fornecida pelo empregador. Especialistas apontam como principais problemas no sistema de saúde chinês a preparação de médicos, falta de equipamentos e pouco cuidado com higiene.

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