São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996 |
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Atendimento é centralizado nos hospitais em Portugal
JAIR RATTNER
Para o Ministério da Saúde, o problema não é tanto a falta de verbas, mas a desorganização do sistema de saúde. "As verbas são significativas. Com 13,5% do orçamento, a saúde é o segundo ministério com maiores verbas, só atrás da Educação", afirma Paula Pinto Fonseca, assessora de imprensa do MInistério da Saúde de Portugal. Os gastos com saúde no país são de US$ 430 por habitante. No orçamento de 96, foram gastos US$ 5,3 bilhões apenas em cuidados de saúde -sem contar os investimentos em infra-estrutura, que são geridos à parte. Hospitais Para o governo, o principal problema é que o sistema de saúde português está excessivamente centralizado nos hospitais. Em 1994, havia 21.647 médicos -216 para cada cem mil habitantes. Desses, 13.736 estavam colocados em hospitais e não no atendimento em centros de saúde. No total, os portugueses podem contar com 25.167 leitos nos hospitais públicos -251 a cada cem mil habitantes. Não há dados sobre os hospitais privados. Segundo Paula, o problema é que durante os últimos 20 anos não houve investimentos em centros de saúde, fazendo com que as urgências dos hospitais sejam o principal local de atendimento. "Na hora da novela, as urgências ficam vazias. Quando acaba a novela, os hospitais são invadidos por doentes", exemplifica. Saúde privada Existem poucos convênios no país. Em geral, a medicina privada acaba atendendo principais casos. "Mas quando o caso é grave, o sistema de saúde público funciona. Além disso, os hospitais privados só oferecem mais conforto.", diz. Mesmo no Hospital da Cruz Vermelha de Lisboa, considerado o melhor privado do país, para se fazer exames mais complicados, o paciente é levado numa ambulância para um hospital público. Texto Anterior: Argentina abrirá setor à livre concorrência a partir de janeiro Próximo Texto: 'Buraco negro' nos EUA deixa a classe média sem atendimento Índice |
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