São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Empresários argentinos querem participar mais de privatizações

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

Se os investimentos são um jogo, argentinos e brasileiros já montaram suas seleções.
O Grupo Brasil, reunindo mais de 170 empresas instaladas na Argentina, saiu na frente, mas as dez holdings do Grupo Argentina já anunciam reforços para fortalecer a entrada no mercado vizinho.
"Vamos receber mais ou menos 30 adesões agora em novembro. E, no próximo mês, abriremos nosso escritório em São Paulo", afirma Teodoro Kreckler, diretor do Grupo Argentina.
As estrelas da agrupação argentina são a YPF (petroleira, com faturamento anual de US$ 4,9 bilhões), Socma (empreiteira, com US$ 3 bilhões) e a Comercial del Plata (construtora e petroleira, com US$ 1 bilhão anual).
A área das telecomunicações é uma das que mais interessa.
A empresa Pescarmona planeja investir US$ 190 milhões nesse setor brasileiro. "Em que nos deixarem investir, vamos fazê-lo", afirma Enrique Pescarmona, seu presidente.
Interesse O maior interesse das dez maiores empresas argentinas está justamente no processo de privatização do Brasil, depois de ter comprado mais de 20 estatais na desestatização promovida por Carlos Menem.
O Grupo Argentina arrancou em novembro de 95, enquanto o Grupo Brasil foi criado em 94.
"O negócio na Argentina é tão bom que os nossos empresários duplicaram seus investimentos", afirma Dickson Tangerino, presidente do Grupo Brasil.
Não há contato entre os dois grupos. "Nós queremos incentivar os argentinos a investirem no Brasil, mas não tenho informações dos últimos movimentos do Grupo Argentina", diz Tangerino.
O principal objetivo das agrupações é reunir os empresários e transmitir informações, além de conversas e palestras com autoridades e analistas.
"É um lobby saudável, com transparência. O relacionamento com o governo local é muito importante para nossa ação", afirma Tangerino.
(RB)

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