São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996 |
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Livro ensina a fugir da realidade virtual
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
É o que oferece um novo serviço chamado America Off-Line, que liga você a um mundo interativo chamado "Realidade Não-Virtual", ou simplesmente "Realidade", oferecido pelo jornalista A. J. Jacobs em livro lançado este mês e que está fazendo grande sucesso nos Estados Unidos. "America Off-Line" (Andrews and MacMeel, 120 págs., US$ 8,95) é uma bem humorada reação à dependência cada vez maior que número crescente de norte-americanos tem desenvolvido em relação aos computadores domésticos. O livro é estruturado como um manual de instruções para operar um dos grandes sistemas de serviços on-line, como America On Line, Compuserve, Microsoft Network, Prodigy e diversos outros. Seu sucesso denota sentimento, que vem aumentando, de rejeição ao excesso de ingerência desses serviços na vida das pessoas. Número cada vez maior de artigos em revistas e jornais e discursos em programas de TV têm registrado esse mal-estar cibernético. Jacobs, que trabalha para a revista "Entertainment Weekly", relaciona vantagens do seu serviço sobre os on-line: ele é compatível com qualquer sistema de computador (Macintosh, PC ou Unix), tem qualidade de som e imagem superior a qualquer monitor, alta velocidade de transmissão ("incríveis 60 segundos por minuto"), acesso a 250 milhões de membros e, no Outernet, a outros 5 bilhões, e mais informação disponível do que 30 dos mais potentes "hard-drives" podem conter. Outra vantagem: America Off-Line não exige grandes investimentos em hardware ou software. Toda a memória de que você precisa já está em seu crânio; para navegar na "Realidade", o único programa necessário são suas roupas; o acesso dispensa as linhas telefônicas. Para entrar "off-line", Jacobs dá as seguintes instruções: clique a opção de saída do seu serviço on-line, aperte o botão de desligar de seu terminal, tire da tomada o computador e o coloque no armário, junto com a máquina de fazer iogurte usada duas vezes desde 1983. Pronto, caia na real. Acesse milhares de jornais e revistas, leia milhões de livros, receba correio de graça trazido por um ser humano real seis dias por semana, use seu próprio nome sem necessidade de acrescentar senhas. Em três palavras: viva sua vida. Texto Anterior: Declarada epidemia de cólera no leste do Zaire Próximo Texto: 'Contraponto' mostra que há vida na rede Índice |
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