São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Dupla sertaneja

NAIEF HADDAD

Longe dos quadrinhos, Ziraldo deu origem a uma das mais produtivas parcerias do cinema brasileiro.
Em 1988, o cartunista entrevistou o ator Paulo Betti no programa "54 minutos" da TVE do Rio de Janeiro. "O Ziraldo me elogiou muito. Acho que acabou influenciando o Sérgio Rezende (cineasta), que estava assistindo", lembra Betti.
De lá pra cá, os dois já fizeram três filmes juntos. "Químicas acontecem ou não. Quando acontecem, não se consegue explicar bem por quê", afirma o ator.
Naquele ano, Rezende dirigiu "Doida Demais". Antes das cenas "calientes" com Vera Fischer, Betti, constrangido, dizia para a equipe: "Peço a compreensão de vocês, rapazes".
Em 1994, a dupla fez "Lamarca", que narra a trajetória do capitão que desertou do Exército para participar da guerrilha contra o regime militar. Pela atuação, Betti recebeu o Prêmio Cidade de São Paulo de Cinema.
"Guerra de Canudos", o novo filme de Sérgio Rezende, deve estrear em maio. Entre os protagonistas, José Wilker, Marieta Severo e, claro, Paulo Betti. Ele interpreta José Lucena, um dos seguidores de Antônio Conselheiro.
A sintonia dos parceiros começa pela confiança mútua. "Boto as camisas na mesa e ele escolhe a sua", conta Rezende a respeito da liberdade de Betti em definir seu personagem na leitura do roteiro.
Além disso, eles são unidos pela paixão pelo sertão baiano. Betti já passou três aniversários (8 de setembro) na região em filmagens com o diretor. Se vale a pena? "Somos companheiros de aventura", responde Rezende.

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