São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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A advogada que não perdoa

MARIANE COMPARATO

"Combativa" é o termo mais usado pelos advogados para descrever sua colega Priscila Corrêa da Fonseca.
De fato, vasculhar cartões de crédito e pedir para fazer uma avaliação judicial do patrimônio da empresa do "outro" são atitudes corriqueiras nos processos em que Priscila atua.
"Ela é uma guerreira, vai até o final, não perdoa, mas sempre de uma maneira muito correta. Talvez contundente, mas correta", afirma o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, de quem Priscila foi sócia por oito anos.
A clientela de Priscila, antes exclusivamente feminina, conta hoje com muitos maridos. Seja o cliente homem ou mulher, Priscila briga por ele "como se estivesse defendendo o mais fraco", completa Ferreira.
"As grandes qualidades dela são a dedicação extraordinária ao cliente e o empenho na defesa dos direitos nos quais ela acredita", afirma o advogado Walter Ceneviva.
Priscila conta em seu currículo com um bom índice de vitórias. A explicação é simples: "Ela se utiliza bem de todos os meios que a lei concede para obter um melhor êxito para seu cliente", diz o diretor da Faculdade de Direito da USP, Álvaro Villaça Azevedo.
Ceneviva, que já atuou tanto em casos contrários como a favor de Priscila, afirma: "Às vezes a combatividade dela cria atritos, problemas, mas ela não tem medo, vai em frente". Quem tem medo é o "outro", cujo cônjuge é cliente de Priscila.
Mas a advogada não é irredutível, acordos são comuns no seu dia-a-dia. "Ela não procura a briga pela briga, e sim tenta ajudar o acordo entre as partes", afirma o advogado José de Castro Bigi.
Quando tem um cliente a defender, Priscila se sente na pele dele: "Às vezes, ela sente o sofrimento do cliente mais do que ele próprio. O adversário que se cuide", conclui Ferreira.

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