São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Canais dos EUA apostam no Brasil

EDIANA BALLERONI
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM MIAMI

O Brasil tem hoje 1,6 milhão de assinantes de TV paga. Isso representa cerca de 4% do total de aparelhos de televisão do país. No México, essa proporção chega a 25%. Na Argentina, a 50%.
A televisão por assinatura chegou no Brasil há cinco anos. No México e na Argentina, há quinze. "Se a economia se mantiver estável, o número de assinantes no Brasil poderá crescer para algo em torno de oito a dez milhões no ano 2000", avalia Enrique Martínez, vice-presidente de Operações e Vendas do Discovery Channel América Latina.
"O mercado latino-americano é mais fértil do que o europeu e, portanto, fundamental para nós. No Brasil, em dezembro, estaremos 24 horas no ar com programação totalmente em português. Em 97, abriremos escritório próprio no país", informa Jessica Rodríguez, presidente do Travel Channel América Latina.
Duas novas atrações especificamente concebidas para o Brasil irão ao ar em 97, acrescenta Rodríguez: vinhetas noticiosas e um programa sobre destinações turísticas brasileiras.
Além do Brasil, Chile e Colômbia são dois potenciais mercados de grande expansão da TV por assinatura em 97. E, dentro das novidades nas programações para toda a América latina, um público-alvo está recebendo tratamento especial: as crianças e pré-adolescentes.
Nos países latino-americanos como um todo, 33% da população é menor de 15 anos. Não foi à toa que, no meio deste ano, a Hearst Corporation, dos Estados Unidos, e o Grupo Cisneros, da Venezuela, uniram-se para formar a Locomotion.
A Locomotion é um canal só de desenhos animados. Concorre diretamente com o Cartoon Network, da Turner Broadcasting System (responsável pelo canal de notícias CNN), e com a Nickelodeon.
A Nickelodeon informou à Folha que chega ao Brasil em 97, apostando pesado no mercado brasileiro. E, em abril, o Discovery Channel lança o Discovery Kids - um canal totalmente separado, com programação exclusiva para crianças, seguindo o padrão educativo do Discovery para adultos.
"A Nickelodeon é um canal totalmente voltado para a criança. Não é simplesmente uma rede de desenhos animados, temos shows, programas, notícias", disse Valerie McCarty, vice-presidente de Comunicações.
Ela acrescenta que 75% da programação será nova, especialmente feita para o Brasil. Produções como o "Rá-tim-bum", da TV Cultura, serão incorporadas à grade da Nickelodeon.

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