São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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A 'era Bernardinho'

CIDA SANTOS

No confronto entre as três melhores seleções do mundo no World Super Challenge, no Japão, o resultado foi muito equilíbrio: o Brasil ganhou de Cuba, que venceu a China, que derrotou o Brasil. A surpresa ficou reservada para a última rodada: as brasileiras perderam a chance do título com a derrota para a Coréia por 3 a 0. Mesmo assim, a seleção completa agora três anos de "era Bernardinho" com números pra lá de positivos: 117 vitórias e 25 derrotas.
A grande pergunta agora é se Bernardinho vai continuar dirigindo o time. Há quem o considere o técnico ideal para a seleção masculina. Mas será que é certo mexer no comando de uma equipe que nos últimos três anos conquistou 14 títulos? Mais: substituir alguém que mudou a história do vôlei feminino brasileiro?
Para quem não se lembra, a trajetória da seleção sempre foi marcada por muitos conflitos. Desde a época da geração de Isabel, Jacqueline e Vera Mossa até o início de 93, não foram poucos os problemas de relacionamentos entre atletas, comissão técnica e dirigentes.
A última crise foi o pedido de dispensa de Ana Moser da seleção comandada, em 93, por Wadson Lima.
Logo que assumiu, Bernardinho tratou de transformar a seleção em um grupo. Ex-levantador da geração de prata, ele tinha sentido de perto o quanto as vaidades podem atrapalhar um time. Por isso mesmo, acabou com os conflitos e foi além: introduziu a ioga, traduziu livros para as atletas lerem e modernizou o jogo em quadra. Nenhuma seleção hoje tem tantas jogadas quanto o Brasil.
É certo que em 97 a seleção terá baixas. Muitas não estão aguentando o calendário desgastante dos últimos anos e querem descanso. O exemplo é Márcia Fu, que não jogou no Grand Prix e nem no World Super Challenge. Para contornar esses problemas, ninguém melhor do que Bernardinho.

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