São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Guia Disney trabalha duro nas viagens

MARISTELA DO VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalhar como guia é uma forma fácil de ir à Disney sem pagar, mas a viagem do profissional não é só divertimento. Pelo contrário, ele tem muitas responsabilidades.
Segundo Ginha Nader, que acompanha grupos há 25 anos, muitas vezes o guia Disney fica sem almoçar por falta de tempo e, dependendo da agência em que trabalha, é o último a dormir e o primeiro a acordar. Outra responsabilidade do guia é cuidar do dinheiro de crianças e adolescentes que viajam desacompanhados.
"Depois do nosso treinamento, 40 dos 55 guias selecionados desistem", conta Augusta Fortunato, dona da Tia Augusta, para mostrar como é trabalhosa a tarefa do guia.
Nas grandes agências, as tarefas dos guias têm sido facilitadas com o trabalho da coordenação.
Na alta temporada, agências como Stella Barros e Tia Augusta montam bases em hotéis de Orlando e deslocam para elas médicos e funcionários que se responsabilizam pelo transporte terrestre dos grupos, recepção no aeroporto, entrada no hotel e vigília noturna.
Muitas agências de turismo utilizam guias free-lancers, informa Tia Ginha. "Como não há trabalho todos os meses, a maioria dos guias da Stella Barros é free-lancer", conta Marcos Seixas, coordenador de guias da empresa.
Já na Tia Augusta, muitos dos guias trabalham como vendedores durante o ano.
A concorrência é bem grande. "Recebemos cerca de 1.500 currículos por ano", conta Tia Augusta. Após selecionar os currículos dos interessados, as agências realizam entrevistas e testam o nível de inglês dos candidatos.
Tia Augusta também considera importante que guias e vendedores conheçam os parques.
"É importante que o vendedor conheça bem o produto que tem a oferecer."
Para Tia Ginha, um guia deve ser primeiro um bom vendedor. "Muitas agências aceitam free-lancers que já tenham passageiros certos e roteiro montado."
Ela ministra o curso "Guia Disney", na escola paulistana ABL (tel. 011/270-7066), e prepara o livro "O Guia dos Guias", que deve ser lançado no ano que vem.
O curso não é reconhecido pela Embratur, mas, segundo Pascoal Fortunato, 60, marido de Augusta, pode diferenciar os candidatos.
"Por causa da desinformação dos guias, muitos passageiros se divertem, mas não entendem a viagem", comenta Tia Ginha.
Tia Augusta concorda: "Muitas crianças passaram a preferir o Epcot Center ao Magic Kingdom, depois que passaram a receber explicações".

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