São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996
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Natal é teste de sobrevivência da Mesbla

DA SUCURSAL DO RIO

A Mesbla espera faturar cerca de R$ 50 milhões nas vendas de Natal, o que servirá para manter a empresa viva até fevereiro, data em que se saberá se o processo de reestruturação dará certo ou não.
"É o Natal possível", diz o diretor-superintendente José Paulo Ferraz do Amaral, que está pagando à vista os fornecedores de mercadorias para o fim de ano.
A empresa investe R$ 30 milhões em mercadorias para o período. Elas começam a ocupar as prateleiras na última semana deste mês e na primeira de dezembro.
O Natal já vai mostrar o perfil da nova Mesbla, focada no consumidor de classe média. A empresa vai priorizar os produtos nas áreas de confecção, acessórios de moda, perfumaria, lingerie, utilidades domésticas e CDs.
Hoje, reunido em Blumenau com os fornecedores da indústria têxtil, Amaral começa a tentar convencer seus credores de que é um bom negócio transformar os débitos da empresa em ações.
Segundo sua avaliação, em um período de dois a três anos, as ações valerão cerca de 60% do total da dívida. "É a única alternativa. Se não converterem os créditos, vão receber zero", disse.
Segundo acordo assinado entre os três principais credores, Unibanco, BCN e Pontual, se até fevereiro a Mesbla não garantir a transformação de pelo menos 85% de seus débitos em ações, eles também não converterão.
Sem essa conversão, segundo Amaral, a única alternativa para a Mesbla é a falência.
A dívida total é de R$ 785 milhões, dos quais cerca de R$ 550 milhões serão negociados com credores. O restante são dívidas com impostos. Amaral diz que, em caso de falência, os ativos da Mesbla só darão para pagar direitos trabalhistas e parte dos impostos. "Credores não receberão nada."

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