São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996 |
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USP promove intercâmbio entre os estudantes
ANDRÉ LOZANO
Esse intercâmbio de experiências pela rede mundial de computadores foi idealizado e é coordenado pela Escola do Futuro da USP (Universidade de São Paulo). Essa escola investiga novas tecnologias em comunicação e informação e as aplica na educação. O ensino de ciências, humanidades, literatura e música é transmitido pela Internet a 30 escolas brasileiras e estrangeiras. "A Internet derrubou as paredes das salas de aula e globalizou a educação. Hoje um aluno brasileiro do 1º grau pode trocar informações sobre a independência do Brasil com o seu colega português. Os estudantes vêem os dois lados da história", disse o coordenador científico da Escola do Futuro da USP, Fredric Michael Litto. Na área de ciências, a Escola do Futuro tem cinco programas: ecologia das águas, energia solar, sky, plantas carnívoras e biogás. Todos os dados e resultados dessas pesquisas são colocados na Internet para a troca de informações com outras escolas. Ecologia No projeto ecologia das águas, alunos trocam informações sobre a qualidade das águas de suas cidades. Eles colhem amostras em rios e fazem a análise química. No energia solar, estudantes usam materiais simples, como faróis de carros (que funcionam como coletores de energia), para captar raios solares e aprender a produzir energia térmica. Já o projeto Sky discute a inclinação da Terra e seus efeitos sobre o clima e as estações do ano. As crianças observam a sombra produzida por um bastão de um metro de comprimento. Anotam os dados e trocam informações com escolas do hemisfério oposto. O programa plantas carnívoras estuda o crescimento e desenvolvimento de plantas do gênero Drosera. Os estudantes observam o desenvolvimento da planta. Por último, o programa Biogás estuda o processo de digestão anaeróbia (sem oxigênio) de resíduos orgânicos -processo para o tratamento de lixo orgânico. Praticidade Alunos entre 8 e 10 anos do Instituto de Ensino Santo Ivo, conectados à Escola do Futuro da USP, dizem que aulas via Internet "são mais práticas". "A aula pela Internet é melhor porque é mais prática", diz Rodrigo Gillon Santos de Araújo, 10. "A gente sai da classe para aprender coisas práticas e depois colocar os dados na Internet", disse Luciana Raposo de Melo Moraes, 9, que participa do projeto Sky da Escola do Futuro. "Um aluno do Paraná, da nossa idade, descobriu o projeto Plantas Carnívoras na Internet", disse Bruno de Almeida Pires, 8. "Por esse projeto descobrimos que plantas carnívoras na verdade são insetívoras (se alimentam de insetos) e não comem gente", afirmou Victor Hirata, 8. Texto Anterior: Franceses desenvolvem novas tecnologias Próximo Texto: Darcy Ribeiro tem três novos projetos Índice |
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