São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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Restaurador pode ganhar até R$ 30 mil

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

A conscientização da importância de preservar o patrimônio histórico brasileiro tem impulsionado a profissão de restaurador.
A opinião é de Maria Luisa Oliveira Soares, 45, presidente da Abracor (Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores).
O profissional da área tem outra vantagem: existem só cerca de 600 restauradores, sendo que 200 trabalham no Estado de São Paulo.
"Os maiores problemas da profissão são a falta de divulgação do trabalho e a inexistência de curso de graduação", afirma.
Mesmo sem formação acadêmica específica, o restaurador pode seguir a especialização. Tem a opção de restaurar esculturas, monumentos, pinturas e papéis.
Pode ainda ser empregado de uma instituição pública, via concurso público, ou autônomo.
Áreas de atuação
Para o restaurador Júlio Moraes, 40, o mercado para quem trabalha por conta própria, como ele, "está crescendo em função da terceirização, principalmente dos museus e secretarias de cultura".
Para ele, que restaurou o teto do Teatro Municipal de São Paulo, falta de trabalho não é um problema -tanto para autônomos como para funcionários públicos.
"Falta, sim, um maior investimento do governo em restauração e um maior reconhecimento da importância desse trabalho."
Moraes não quis revelar seus rendimentos, mas disse que, num trabalho de restauração que durou seis meses, recebeu R$ 30 mil.
Remuneração
Segundo o restaurador Celso do Prado, 50, a remuneração dos autônomos varia de R$ 2.000 a R$ 3.000 mensais. "Mas isso para quem já conseguiu uma clientela, o que no começo é bem difícil."
Quem trabalha em órgãos públicos recebe cerca de R$ 1.500, segundo informações da Abracor.
O profissional que tem boa formação acadêmica, por meio de curso de pós-graduação, é mais valorizado e tem mais oportunidades, segundo Betânia Veloso, 40.
Ela é coordenadora do curso de pós-graduação de restauração do Cecor (Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
"O Cecor oferece o único curso de pós-graduação na área no país. O profissional que passa por aqui, sem dúvida, sai com o currículo bem mais valorizado", afirma a coordenadora.

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