São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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BRESSER PEREIRA

BRESSER PEREIRA
Autocrítica

Bresser Pereira comenta especificamente o chamado Plano Bresser, de combate à inflação, adotado durante o governo Sarney:
"Uma vez fiz um levantamento dos 12 planos de estabilização que fracassaram no Brasil antes do Plano Real. A grande maioria foi ortodoxa. Houve alguns heterodoxos. O único heterodoxo para valer, além do Plano Real, foi o Plano Cruzado. (...) O Plano Bresser foi heterodoxo, mas foi um plano pela metade, foi um plano 'band-aid' que tinha que ser completado."
Crítica
Bresser critica Affonso Celso Pastore e João Manuel Cardoso de Mello (professor da Universidade de Campinas, que trabalhou no governo na época do Cruzado):
"Considero Pastore um excelente economista. Em 1983, ele era presidente do Banco Central e eu, presidente do Banespa. Fui visitá-lo e dei-lhe meus dois papers com (Yoshiaki) Nakano sobre inflação inercial (...). Um ano depois, voltei a visitá-lo. Ele, que tinha feito um esforço brutal de ajuste fiscal e de ajuste monetário para controlar a inflação, (...) disse: 'Fiz tudo que tinha que fazer contra a inflação e ela não cai', naquele tom dramático dele. Aí, eu brinquei: 'Pastore, não caiu porque você não leu os meus 'papers'!".
"João Manuel é discípulo (em seu livro "Capitalismo Tardio) de Caio Prado Júnior e Fernando Novais, dois grandes intelectuais. Só que Novais, além de fazer uma maravilhosa análise do Brasil colonial, é um típico representante dessa visão ressentida de 64. Que depois foi influenciar o João Manuel, levando-o a achar que a Revolução de 30 não foi importante."

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