São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Emendas vão tentar evitar privatização IGOR GIELOW IGOR GIELOW; FRANCISCO CÂMPERA
O acordo do Banespa deve ser aprovado pela Assembléia Legislativa paulista até o fim de janeiro, mas parte dos deputados irá tentar criar mecanismos para garantir a volta ou manter o banco sob controle estadual. A avaliação, corrente na Casa ontem, encerra uma vontade e uma dificuldade. A vontade fica por conta da oposição, encabeçada pelo PT, de manter o banco estatal. Ontem, ela recebeu um respaldo inesperado do PMDB, partido que está em acordo para ceder pelo menos 13 de seus 15 votos para o governo em troca de cargos. "Nosso partido deseja a volta do banco para São Paulo", disse o líder da bancada peemedebista, Milton Monti. A posição é partilhada por muitos deputados, mesmo governistas, pelo fato de o Banespa ser um referencial de poder político no interior do Estado tão forte quanto eles próprios. Com eleições em 1998, poucos gostariam de ver o banco longe do governo. Já a dificuldade é explicada pelo próprio deputado Monti: "Se começarmos com muitos pedidos, a rolagem da dívida estadual embutida no acordo pode ser ameaçada. Isso nos preocupa." Na prática, o governo tem a aprovação do acordo garantida. Possui hoje 49 votos, fora os que deve amealhar do PMDB -isso garante maioria tranquila. Mas a oposição vai atrasar ao máximo o processo, embora rejeite a palavra obstrução. "Nós queremos, na realidade, é descobrir exatamente os detalhes do acerto para preparar as emendas. Não podemos nos precipitar", disse Roberto Gouveia, líder do PT. Para subsidiar os deputados durante a apresentação da mensagem do acordo na Assembléia, que deve ocorrer hoje, o secretário Yoshiaki Nakano (Fazenda) se reúne com os líderes das bancadas às 15h. As emendas ao projeto, em especial aquelas que tentarão evitar a privatização do banco, devem forçar a convocação dos deputados durante o recesso parlamentar, de 15 de dezembro a 31 de janeiro. O presidente da Assembléia Legislativa, Ricardo Tripoli (PSDB), disse que não pode garantir que o acordo será ratificado pelos deputados em 90 dias, prazo determinado pela Constituição para a tramitação desse tipo de matéria. Para ele, será possível fazer uma avaliação mais precisa após a reunião de hoje entre Nakano e os líderes dos partidos. Segundo Tripoli, o projeto deve ser encaminhado pelo governo para tramitar em regime de urgência urgentíssima. Antes, os deputados deverão apreciar o orçamento estadual para 1997, que precisa ser aprovado até o final deste ano. Colaborou Francisco Câmpera, free-lance para a Folha. Texto Anterior: Governo mantém apoio a nome lançado por confederações Próximo Texto: Acordo recebe críticas de Quércia e Fleury Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |