São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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Correntistas serão preservados

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A venda do Banespa para a União não vai alterar em nada as aplicações e a prestação de serviços aos 2,9 milhões de clientes. Juntos, eles têm investimentos da ordem de R$ 13 bilhões na instituição.
Como o banco não será liquidado -a menos que o acordo não seja implementado, o que parece improvável-, não haverá bloqueio de depósitos nem interrupção dos serviços de conta corrente, cartão de crédito e outros.
O que pode mudar, mas somente a partir do ano que vem, é a política de concessão de créditos à clientela. Limites de cheque especial, empréstimos pessoais e outros créditos poderão ser elevados ou reduzidos, dependendo da política da empresa a ser contratada para gerir o Banespa até o final de 1997, quando será vendido.
Como aconteceu no caso do Nacional, liquidado pelo Banco Central após a venda de sua carteira de clientes para o Unibanco, os depósitos serão mantidos à disposição dos titulares.
Os investimentos no Banespa, como nos demais bancos, continuam protegidos por um seguro bancário de até R$ 20 mil por pessoa, em caso de liquidação.
A segurança de que o Banespa não iria ser liquidado ajudou o banco a manter seus depósitos ao longo dos 23 meses de administração especial temporária pelo BC.
Em dois anos, a captação cresceu 46%, para R$ 13 bilhões, incluindo os juros. O fato de a clientela ser formada, em sua maioria, por funcionários públicos contribuiu para a captação. Têm conta no Banespa 1,7 milhão de servidores estaduais e municipais.
Mas o dinheiro que entrou não foi transformado em novos empréstimos. Em vez disso, foi usado para cobrir o rombo de caixa do Banespa, estimado em R$ 6 bilhões na época da intervenção.
Desde o final de 1994, quando o BC assumiu a gestão, o Banespa reduziu seu quadro de pessoal de 34 mil funcionários para 26,9 mil, por meio de programas de demissões voluntárias e aposentadorias incentivadas.
Os funcionários do Baneser -empresa de mão-de-obra do governo- pagos pelo Banespa foram reduzidos de 5.500 para 2.500.
O Estado de São Paulo perde seu maior banco, mas mantém a cartola de banqueiro com a Nossa Caixa Nosso Banco, uma das dez maiores instituições financeiras do país, com uma rede de 550 pontos de atendimento no Estado.

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