São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Emendas vão tentar evitar privatização Oposição e PMDB preferem banco estadual IGOR GIELOW
A avaliação, corrente na Casa ontem, encerra uma vontade e uma dificuldade. A vontade fica por conta da oposição, encabeçada pelo PT, de manter o banco estatal. Ontem, ela recebeu um respaldo inesperado do PMDB, partido que está em acordo para ceder pelo menos 13 de seus 15 votos para o governo em troca de cargos. "Nosso partido deseja a volta do banco para São Paulo", disse o líder da bancada peemedebista, Milton Monti. A posição é partilhada por muitos deputados, mesmo governistas, pelo fato de o Banespa ser um referencial de poder político no interior do Estado tão forte quanto eles próprios. Com eleições em 1998, poucos gostariam de ver o banco longe do governo. Já a dificuldade é explicada pelo próprio deputado Monti: "Se começarmos com muitos pedidos, a rolagem da dívida estadual embutida no acordo pode ser ameaçada. Isso nos preocupa." Ele não acredita que o processo será atrapalhado pela Assembléia. Prática Na prática, o governo tem a aprovação do acordo garantida. Possui hoje 49 votos, fora os que deve amealhar do PMDB -isso garante maioria tranquila. Mas a oposição vai atrasar ao máximo o processo, embora rejeite a palavra obstrução. "Nós queremos, na realidade, é descobrir exatamente os detalhes do acerto para preparar as emendas. Não podemos nos precipitar", disse Roberto Gouveia, líder do PT. Para subsidiar os deputados durante a apresentação da mensagem do acordo na Assembléia, que deve ocorrer hoje, o secretário Yoshiaki Nakano (Fazenda) se reúne com os líderes das bancadas às 15h. As emendas ao projeto, em especial aquelas que tentarão evitar a privatização do banco, devem forçar a convocação dos deputados durante o recesso parlamentar -que vai de 15 de dezembro a 31 de janeiro. "Tudo isso ainda dependerá do trâmite inicial e da apresentação do projeto", disse o presidente da Casa, Ricardo Trípoli (PSDB, bancada com 25 deputados). Gouveia, do PT (16 deputados), disse ter sido informado de que deve haver convocação extraordinária a partir de 15 de janeiro. Em relação a dezembro, os prazos são mais apertados devido à votação do Orçamento estadual (do dia 11 a 13). Texto Anterior: Os maiores traficantes Próximo Texto: É mais favor que acordo, diz Ciro Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |