São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996 |
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Ídolo pop português se afasta do hip hop em "Tempo"
JAIR RATTNER
Abrunhosa abandona o hip hop de seu primeiro disco, partindo para um som entre o funk e o rock. "O hip hop é uma fórmula que está se esgotando. Temos que radicalizar as maneiras de intervir esteticamente e para o hip hop isso significa torná-lo mais rock ou mais funk. Meu disco é um compromisso com essas duas formas", afirma o cantor. Depois de no primeiro disco ter gravado com Maceo Parker, saxofonista de James Brown, Abrunhosa teve em "Tempo" a colaboração da New Power Generation, a banda do ex-Prince. Parte do disco foi feita nos estúdios do compositor, em Minneapolis (EUA), na mesma época em que o norte-americano gravava o disco "Emancipation". "Gravamos com os mesmos técnicos e com os mesmos músicos. Espero que no próximo disco eu possa contar com o Prince em pessoa", afirma Abrunhosa, que tem no ex-Prince seu herói musical. Obsessão carnal É um disco com letras mais sensuais do que o primeiro. "Eu chamaria de obsessão carnal. É algo que ocupa minhas fantasias diárias, eu me assumo como um misto entre pessoa normal e um tarado sexual", diz o cantor. O Bandemônio, o grupo de Pedro Abrunhosa, conta com o baterista brasileiro Alex Frazão. Antes de se juntar à banda, Alex já tinha tocado em Portugal com o grupo Resistência e acompanhando a cantora Dulce Pontes. "Os músicos do Prince fizeram-lhe rasgados elogios", conta Abrunhosa. No disco, Abrunhosa preparou uma surpresa para seu público. É o fado "Manhã", de sua autoria, cantado por Carlos do Carmo, um dos mais conhecidos fadistas portugueses, acompanhado pelo Opus Ensemble, um quarteto de música clássica. "Gosto de conciliar o inconciliável. Se a música for boa, tanto faz se é rock, jazz, funk ou fado", diz. O fadista gostou tanto da música que propôs a gravação de um disco só de fados de Abrunhosa. Turnê Abrunhosa deve fazer uma turnê para apresentar o disco no Brasil em maio, com espetáculos em São Paulo, Rio, Salvador e Recife. Será a segunda vez que Abrunhosa vai cantar no Brasil. Na primeira vez, em abril deste ano, Abrunhosa apresentou-se apenas no Rio. "O que eu sentia da reação do público no Arpoador, quando eu ensinava o refrão da música, era como se eu estivesse fazendo um concerto na minha cidade." O próximo disco de Sandra de Sá tem duas músicas de Abrunhosa. "Ela vai lançar o disco 'Lua', que é o nome de uma música minha", diz o músico português. A outra música chama-se "Não Posso Mais". "Ela fez uma versão extraordinária de 'Lua', muito próxima da minha maneira interior de ver a canção", avalia Abrunhosa. Texto Anterior: "Emancipation" traz três horas de o)+-> Próximo Texto: John Cale larga experimentalismo e se volta ao pop em novo álbum Índice |
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