São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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REPERCUSSÃO

Edemar Cid Ferreira, 53, presidente da Fundação Bienal - "A obra de arte não tem fronteiras. Ela vale o que vale e leva quem puder pagar mais. É lógico que você não pode tirar o patrimônio histórico de um país, que está tombado, mas o resto é livre comércio. Principalmente nesta época de globalização, o que vale é o mercado. Esse é o sentido de livre comércio. Fico feliz que um quadro de Di Cavalcanti tenha alcançado esse preço, US$ 590 mil. Vejo que a arte brasileira começa a se valorizar no exterior e acredito que outros quadros seguirão esse caminho. O importante é o interesse na obra, seja pelo colecionador ou por seu valor especulativo. Os compradores brasileiros também querem liquidez nas suas aquisições, ninguém compra por nacionalismo. Eu, pessoalmente, só tenho quadros brasileiros, mas isso é por escolha pessoal."

Regina Boni, 52, proprietária da galeria São Paulo - "Acho maravilhoso que um quadro de Di Cavalcanti tenha alcançado esse preço no leilão da Christie's. Que a obra saia do país é uma tendência natural. Isso só tende a valorizar o restante da obra de Di Cavalcanti que ainda se encontra no Brasil. O ideal seria que o patrimônio cultural permanecesse no país, mas não temos mercado para isso. Querer alcançar esse ponto atualmente é uma atitude completamente irrealista. Se o quadro atingiu US$ 590 mil nos Estados Unidos, não seria vendido por mais de US$ 300 mil no Brasil."

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